Aliados, familiares e deputados ligados a Wanderlei Barbosa também são alvos da PF na Operação Nêmesis
12 novembro 2025 às 09h11

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A Polícia Federal cumpriu nesta quarta-feira, 12, 24 mandados de busca e apreensão nos municípios de Palmas e Santa Tereza do Tocantins, em mais uma etapa da Operação Nêmesis, que apura possíveis tentativas de obstrução das investigações da Operação Fames-19.
Além do governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos), alvo principal da operação, mandados foram expedidos contra aliados políticos, familiares e ex-secretários. Entre eles, a primeira-dama Karynne Sotero, os filhos de Wanderlei Barbosa, o deputado estadual Léo Barbosa e o superintendente do Sebrae Rérisson Castro, a deputada estadual Cláudia Lelis, além dos ex-secretários Thomas Jefferson, que já atuou como secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins durante a gestão de Wanderlei, e o coronel Wander Araújo.
As ordens foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, segundo a PF, têm como objetivo impedir a destruição ou ocultação de provas e bens, além de reunir novos elementos que possam esclarecer a participação dos investigados e identificar outros possíveis envolvidos na suposta organização criminosa ligada ao desvio de recursos públicos durante a pandemia, especialmente para a compra de cestas básicas.
Novos detalhes indicam que parte das buscas ocorreu em propriedades rurais de Wanderlei Barbosa em Santa Tereza do Tocantins, incluindo fazendas ligadas ao governador afastado. Na residência do político em Palmas, foram recolhidos celulares e outros objetos.
Fontes da PF relatam que, na véspera do afastamento, ele e a primeira-dama não estavam na residência, que foi encontrada com o cofre aberto, luzes acesas e objetos deixados, situação que também é alvo de apuração pela corporação.
Fames-19
A Operação Fames-19, que deu origem às investigações, apura desvio de recursos públicos destinados ao enfrentamento da Covid-19 e à compra de cestas básicas por meio de emendas parlamentares.
Em setembro deste ano, Wanderlei Barbosa foi afastado do cargo de governador por seis meses, por decisão do STJ, devido a indícios de lavagem de dinheiro e captação de propina de fornecedores.
Os procedimentos da Operação Nêmesis seguem sob sigilo judicial na Corte Especial do STJ. Até o momento, a defesa do governador afastado informou apenas que celulares foram recolhidos, sem outras manifestações oficiais sobre a operação.
O Jornal Opção Tocantins tenta contado com a defesa dos mencionados.
Confira as notas de Wanderlei Barbosa e Karynne Sotero na íntegra:
Wanderlei Barbosa
O Governador Wanderlei Barbosa recebeu com estranheza mais uma operação da Polícia Federal ao mesmo tempo que aumenta a expectativa pelo julgamento do Habeas Corpus que pode devolvê-lo ao cargo.
Ao mesmo tempo reitera a sua disponibilidade para colaborar com as investigações e mantém a sua confiança na justiça e nas instituições.
Karynne Sotero
A primeira-dama Karynne Sotero repele as acusações infundadas de tentativa de embaraço às investigações feitas de forma anônima à Justiça.
Também lamenta a tentativa de intimidação contra seus familiares, inclusive a sua mãe, uma senhora de mais de 75 anos que acabou passando mal e tendo que ser hospitalizada.
Por fim, reitera a sua inteira disposição de colaborar com a Justiça para o esclarecimento dos fatos.
*Com informações da TV Anhanguera
