Produtores de alimentos se reuniram com representantes do governo federal para discutir estratégias para reduzir os preços dos alimentos e conter a inflação. Durante o encontro, foi destacado que a colheita da safra de grãos deve contribuir para a queda dos preços nos próximos meses.

Carne bovina e grãos puxam queda de preços

Dados apresentados pelos produtores apontam que a carne bovina ficou 15% mais barata em fevereiro, em comparação com dezembro. A expectativa é que o preço tenha uma nova redução de até 10% em março. A reunião contou com a participação dos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.

Um dos fatores que influenciam essa tendência de queda é o aumento da produção de milho e soja, utilizados na alimentação animal. Com mais oferta desses grãos, os custos de produção diminuem, refletindo no preço final da carne e de outros produtos derivados. Além disso, a maior produção de soja pode impactar positivamente no valor do óleo de cozinha, tornando-o mais acessível ao consumidor.

Inflação e impacto na economia

A inflação tem sido uma preocupação do governo, já que o aumento no custo dos alimentos afeta diretamente o poder de compra da população e a popularidade do presidente Lula. Segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de grãos deste ano deve alcançar um recorde de 325,7 milhões de toneladas. Entretanto, os estoques reguladores estão baixos, o que limita a capacidade do governo de intervir diretamente no mercado para estabilizar os preços.

Medidas em análise

Entre as medidas analisadas para conter os preços, o governo cogitou reduzir tarifas de importação de produtos como milho e etanol. No entanto, essa decisão dependerá da manutenção da tendência de queda dos preços.

A prévia da inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), indicou uma redução nos preços de alimentos na primeira quinzena de fevereiro. Produtos como batata-inglesa (-8,17%), arroz (-1,49%) e frutas (-1,18%) apresentaram recuo.

O governo pretende continuar as discussões sobre a redução dos preços dos alimentos e já agendou um novo encontro com representantes do setor varejista para esta quinta-feira (5).