Após fechamento de acordo com os Correios ainda nesta quarta-feira, 22, trabalhadores da empresa estatal no Tocantins desistiram de aderir à paralisação nacional que ocorreria na véspera da Black Friday após chegarem a um consenso com a empresa. A greve havia sido anunciada pela Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), uma das duas federações que representam os sindicatos do país.

Segundo Telma Milhomem Borges, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Tocantins e da União Geral dos Trabalhadores (UGT), está prevista uma assembleia geral para a próxima segunda-feira para deliberar sobre o assunto com a categoria.

O motivo da paralisação na véspera da Black Friday, segundo a Findect, ocorria em resposta à “persistente recusa da direção dos Correios em resolver 26 questões identificadas antes da assinatura do acordo coletivo”. A Findect alegou que ao longo dos últimos 50 dias, foi buscado diálogo, porém, a resposta da direção foi inadequada para a Federação, que afirma negligência às demandas dos trabalhadores.

Os trabalhadores reclamaram da não incorporação de R$ 250 ao salário base conforme negociado coletivamente e da tributação sobre a bonificação de R$ 1500 em janeiro. Por esses motivos, em setembro, a Federação escolheu não assinar o acordo coletivo. A categoria também exige a realização de concurso público, melhorias nos planos de saúde e condições laborais dignas.

Correios dizem garantir operação

Por nota, os Correios informaram que estão operando normalmente em todo o país, com 100% dos empregados presentes, todas as agências abertas e todos os serviços disponíveis.
Entre as medidas tomadas para garantir a normalidade dos serviços caso as assembleias desses cinco sindicatos aprovem paralisação parcial e pontual, estão a contratação de mão de obra terceirizada, realização de horas extras, deslocamento de empregados entre as unidades e apoio de pessoal administrativo.

Segundo os Correios, pela primeira vez depois de 7 anos, em 2023 os Correios assinaram em mesa de negociação o Acordo Coletivo de Trabalho, que recuperou mais de 40 cláusulas que haviam sido extintas pelo governo anterior. O órgão informou que concedeu aumento linear de R$ 250 para a maior parte do efetivo.

Veja outros benefícios do acordo, conforme os Correios:

  • Aumento imediato nos benefícios de 3,53% – 100% do INPC, retroativo a agosto;
  • Abonos de R$ 1 mil em 2023 e de R$ 1.500 em janeiro de 2024;
  • Reembolso creche/babá de R$ 686,50;
  • Licença paternidade de 20 dias;
  • 50% de antecipação do 13º salário;
  • Gratificação de quebra de caixa de R$ 256,22;
  • Adiantamento de férias com desconto em 5 vezes;
  • Remuneração e ticket mantidos por 90 dias para considerados inaptos pelo INSS;
  • Ticket mantido até o retorno, em caso de acidente de trabalho;
  • Abono-acompanhante de 6 dias;
  • Adicional AADC para gestantes mantido a partir do 5º mês de gestação;
  • Licença remunerada de 10 dias em caso de violência doméstica;
  • Afastamento especial em caso de nascimento de bebê prematuro (para homens e mulheres);
  • Horário especial de amamentação ampliado de 12 para 18 meses.
  • Retorno da cláusula que prevê que os Correios arcarão provisoriamente com as multas de trânsito, relativas aos veículos da empresa;
  • Licença maternidade de 6 meses;
  • Auxílio-especial de até R$ 2.868,45;
  • Abono saúde de 10 dias.