Após promover várias mudanças, Carlos Velozo mantém Rolf Vidal na Casa Civil, réu por organização criminosa

17 julho 2025 às 10h59

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Mesmo após exonerar diversos nomes do alto escalão da Prefeitura de Palmas como parte de um processo de reestruturação administrativa, o prefeito interino Carlos Velozo (Agir). manteve Rolf Costa Vidal no comando da Secretaria da Casa Civil. A permanência chama atenção porque Vidal é réu por organização criminosa em ação movida pelo Ministério Público Estadual (MPE-TO), que apura suposto esquema de aparelhamento da Polícia Civil durante o governo de Mauro Carlesse (Agir).
Nos últimos dias, Carlos Velozo exonerou os titulares das secretarias de Governo, Planejamento, Habitação e Infraestrutura. Entre os que deixaram os cargos estão Sérgio Vieira Marques, André Fagundes Cheguhem, Paulo Cezar Monteiro da Silva e o próprio Jandir Cardoso, que foi remanejado de pasta. Pelo menos, 20 integrantes do alto escalão foram trocados. No entanto, o atual secretário da Casa Civil, apontado pelo MP como parte do núcleo de comando de uma organização criminosa, permanece no cargo.
Rolf Vidal foi denunciado por supostamente ter assinado atos administrativos para enfraquecer investigações de corrupção, além de suspeita de promover perseguições políticas e utilizar a máquina pública para proteger aliados. A denúncia inclui ainda o ex-governador Mauro Carlesse e outros ex-membros do primeiro escalão estadual, todos acusados de comprometer a autonomia da Polícia Civil entre 2018 e 2022.
Em janeiro deste ano, o então prefeito Eduardo Siqueira Campos divulgou nota reafirmando a confiança em Rolf Vidal. Na ocasião, justificou que os fatos apontados pelo Ministério Público se referem a períodos anteriores à gestão municipal e que o secretário não possui impedimentos legais para permanecer na função.
Agora, com a mudança no comando da prefeitura devido ao afastamento de Eduardo, a decisão de manter Vidal no cargo segue sendo reforçada pelo prefeito interino. Questionada pelo Jornal Opção Tocantins, a gestão interina, no entanto, não se manifestou oficialmente sobre a permanência de um réu por corrupção em um dos cargos mais estratégicos da estrutura administrativa da capital.
O caso continua em tramitação na 3ª Vara Criminal de Palmas. O Ministério Público pede, além da condenação penal, a perda de função pública e o ressarcimento de danos ao erário.