Bolsonaro deixa hospital após 21 dias internado em Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro teve alta na manhã deste domingo (4) após permanecer internado por três semanas no Hospital DF Star, na capital federal. Ele foi hospitalizado em 13 de abril para se submeter a uma complexa cirurgia de reconstrução da parede abdominal e retirada de aderências intestinais.

A equipe médica responsável pelo procedimento foi liderada por Cláudio Birolini, diretor de Cirurgia-Geral do Hospital das Clínicas de São Paulo. Embora o hospital ainda não tenha divulgado um boletim oficial sobre a alta, vídeos divulgados nas redes sociais mostram Bolsonaro deixando o local e cumprimentando apoiadores antes de seguir de carro.

Pouco antes de sair da unidade, Bolsonaro usou suas redes para agradecer aos profissionais de saúde envolvidos em sua recuperação. Segundo o último boletim divulgado no sábado (3), o quadro clínico apresentava melhora, com avanço na alimentação por dieta pastosa e expectativa de alta nos próximos dias.

Desde terça-feira (29), o ex-presidente voltou a se alimentar por via oral e deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na quarta-feira (30), após permanecer 18 dias sob observação intensiva.

A internação teve início após Bolsonaro sentir dores abdominais durante um evento no Rio Grande do Norte, na manhã de 11 de abril. Ele foi inicialmente atendido em Santa Cruz e, depois, transferido para Natal. No dia seguinte, foi levado a Brasília em uma UTI aérea.

A cirurgia realizada este ano foi a sexta desde 2018, quando Bolsonaro sofreu um atentado a faca durante a campanha presidencial. Todas as intervenções posteriores foram consequências das lesões sofridas naquele episódio.

Internação coincidiu com nova ação do STF

A entrada de Bolsonaro no hospital coincidiu com a publicação de decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que tornou réus o ex-presidente e outros sete aliados, acusados de envolvimento em tentativa de golpe de Estado. O STF também abriu ação penal contra Bolsonaro.

Durante a internação, em 23 de abril, Bolsonaro recebeu a intimação judicial diretamente na UTI. O momento foi filmado pelo próprio ex-presidente, que compartilhou nas redes sociais um vídeo no qual questiona a oficial de Justiça por mais de 11 minutos. Ele também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

A gravação gerou reações imediatas. Entidades representativas dos oficiais de Justiça divulgaram nota de repúdio, enquanto o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) anunciou, no dia 25 de abril, a abertura de uma sindicância para apurar a entrada de pessoas não autorizadas na UTI. A investigação incluirá também visitas feitas por aliados políticos durante o período de cuidados intensivos.