Carlesse diz que cumpre medidas cautelares em Palmas: “Nunca deixei de respeitar a Justiça”

05 setembro 2025 às 18h15

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O ex-governador Mauro Carlesse (Agir) publicou um vídeo em suas redes sociais nesta sexta-feira, 5, para esclarecer que não está envolvido no suposto esquema de desvio de cerca de R$ 73 milhões em contratos de fornecimento de cestas básicas e frangos congelados entre 2020 e 2021. O caso resultou no afastamento do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) por 180 dias, decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no âmbito da “Operação Fames-19”, deflagrada na quarta-feira, 3. Carlesse, de fato, não é citado como investigado no inquérito.
No vídeo, o ex-governador criticou um blog que afirmou que ele estaria percorrendo o Tocantins em campanha, “nadando a braçadas”. Ele rebateu, afirmando que cumpre medida cautelar e, por isso, permanece em Palmas. “Nunca deixei de respeitar a Justiça. Não estou circulando pelo estado; estou em Palmas, cumprindo uma cautelar. Respeito a Justiça e afirmo que serei inocentado, porque as provas contra mim já foram apresentadas e nossa defesa foi realizada. Não cometemos nenhum ato ilícito”, declarou.
Mauro Carlesse havia sido afastado pelo STJ em outubro de 2021 por suspeitas de envolvimento em um esquema de vantagens ilícitas por parte de agentes públicos vinculados ao Plano de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do Estado do Tocantins, e renunciou ao cargo em março de 2022, antes do encaminhamento de seu impeachment pela Assembleia Legislativa.
Atualmente, ele cumpre medidas cautelares por suspeita de desvios de recursos públicos, fraudes em licitações e participação em organização criminosa. Carlesse foi preso preventivamente em 15 de dezembro de 2024, em sua fazenda em São Salvador (TO), após investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) indicarem um possível plano de fuga para o exterior, com destinos como Uruguai e Itália. Ele ficou detido no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar em Palmas e teve pelo menos sete habeas corpus negados.
Para que o ex-gestor permanecesse em liberdade, o ministro Antonio Saldanha Palheiro impôs medidas cautelares, incluindo comparecimento bimestral em juízo, proibição de contato com investigados e testemunhas, restrição de se ausentar da comarca de Palmas, impedimento de ocupar cargos públicos no Tocantins e proibição de deixar o país sem autorização judicial.
Carlesse também esclareceu que “não tomava decisões de forma leviana” e afirmou que a responsabilidade sobre a distribuição das cestas básicas era da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas), comandada na época pelo então vice-governador Wanderlei Barbosa. “Quero esclarecer que meu nome não foi citado porque não faço parte do processo. Não sou investigado. Os investigados foram afastados e responderão à Justiça. Acredito que, nesse ponto, houve certa maldade na abordagem da matéria”, disse.
O ex-governador reforçou que nunca participou de qualquer ato de desvio de cestas básicas. “Nunca participei, nem participaria de qualquer ato, especialmente em um período de pandemia, quando a população sofria.”