O chefe de gabinete do governador Wanderlei Barbosa, Marcos Martins Camilo, foi exonerado nesta quinta-feira, 22, um dia após a operação que investiga um possível desvio de recursos na compra de cestas básicas durante a pandemia. O nome de Camilo foi encontrado em carimbos localizados na gaveta onde a Polícia Federal encontrou dinheiro em espécie no gabinete de Wanderlei, no Palácio. Camilo, no entanto, não é mencionado na investigação.

O afastamento de Camilo foi publicado no Diário Oficial desta quinta-feira, cujo consta que a exoneração ocorreu a pedido. A mesma edição do Diário traz também as exonerações de Tiago da Silva Costa, Layane de Sousa Silva, Taciano Darcles Santana Souza, Warks Márcio Ribeiro de Souza, Nelsifran Sousa Lins, e Gilson Sousa Silva, servidores comissionados envolvidos na investigação.

Durante o cumprimento dos mandados, os agentes encontraram R$35,5 mil, 80 euros e US$1,1 mil na residência do governador. No gabinete, foram apreendidos R$32,2 mil e centenas de boletos de contas pagos em lotéricas, tanto do governador quanto de terceiros, em uma das gavetas com dinheiro, estavam carimbos com os nomes de Marcos e Wanderlei. Na decisão que autorizou a operação, o ministro Mauro Campbell permitiu a apreensão de valores em espécie superiores a R$10 mil sem comprovação de origem lícita, encontrados durante a busca domiciliar.

Entre os investigados estão a primeira-dama Karynne Sotero, atualmente secretária extraordinária de Participações Sociais; Léo Barbosa, deputado estadual desde 2019; e Rérison Castro, atual superintendente do Sebrae Tocantins e ex-secretário no governo do Tocantins entre 2019 e 2022, ambos filhos do governador. Rérison Castro declarou que, na época, era presidente da Agência Estadual de Metrologia e não teve envolvimento com a aquisição, licitação ou distribuição de cestas básicas. Ele mencionou que sua única conexão com o processo é um consórcio informal.

Joseph Madeira, atual presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, de Transporte de Valores, de Cursos de Formação e de Segurança Eletrônica do Estado do Tocantins (SindespTO) e da Associação Comercial de Palmas (Acipa), também citado na lista de envolvidos no caso, foi preso durante a operação em sua residência.