Com 60 feminicídios em 2025, Tocantins se une ao Levante Mulheres Vivas; ato será domingo na Feira do Bosque, em Palmas
05 dezembro 2025 às 11h30

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O Tocantins se junta, neste domingo, à mobilização nacional “Levante Mulheres Vivas”, que convoca atos em todo o país contra o avanço da violência de gênero. Em Palmas, o encontro será às 17h, na Feira do Bosque. A convocatória alerta para o crescimento da violência e chama mulheres — e também homens aliados — a se posicionarem: “O feminicídio cresce. A violência avança. E o silêncio não é uma opção.”
De acordo com o painel estatístico alimentado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), mais de 13 mil crimes contra mulheres no âmbito da Lei Maria da Penha foram registrados no estado em 2025, até esta quinta-feira, 4. Destes, 60 casos foram feminicídios.
No ano passado, o Tocantins registrou 13,5 mil crimes e 72 feminicídios, o que indica que os números de 2025 estão próximos de repetir — ou ultrapassar — o total de 2024.
Pautas
O movimento “Levante Mulheres Vivas” defende o fortalecimento da Lei Maria da Penha e da Lei do Feminicídio; ampliação de casas-abrigo e centros de acolhimento; educação de gênero nas escolas; campanhas permanentes de conscientização — não apenas em 8 de Março ou 25 de Novembro; combate à misoginia online e à violência digital; produção de dados mais confiáveis e mais transparência para formular políticas eficazes.
Contexto nacional
Após crimes recentes contra mulheres em diferentes regiões do país, atos estão sendo convocados em todos os estados. Em Brasília, a manifestação ocorre na Feira da Torre de TV, às 10h. Pelas redes sociais, a deputada federal Sâmia Bonfim (Psol-SP) destacou a importância do movimento e afirmou que as mulheres “vão tomar as ruas para dizer basta”.
Uma pesquisa do DataSenado divulgada em novembro mostra que 3,7 milhões de brasileiras sofreram violência doméstica ou familiar em 2025, com 6 em cada 10 relatando agressões ocorridas nos últimos seis meses. Em 40% dos casos, mesmo com testemunhas adultas presentes, as vítimas não receberam ajuda.
Ato em Palmas
O convite para o movimento pede que a convocação seja ampliada: “Convide todas as mulheres que você conhece. Traga também homens que defendem nossa luta. Este convite deve ser compartilhado para todas e todos, para ampliar ainda mais essa rede de mobilização e conscientização”, diz a organização
