As contas da educação de 18 municípios do estado do Tocantins estão sendo fiscalizadas pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO) para que cumpram a obrigação de apresentar as contas referentes aos recursos da educação do ano contábil de 2023. O prazo final para o envio dos dados contábeis, orçamentários e fiscais ao Tesouro Nacional é dia 31 de agosto.

A transparência na prestação de contas públicas da educação é fundamental para que os municípios possam receber recursos adicionais da União em 2025. Os municípios que não atenderem a essa exigência podem perder milhões de reais destinados à área da educação, conforme a Constituição Federal e a Lei do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

VAAT

O Valor Anual Total por Aluno (VAAT) do Fundeb é essencial para garantir a qualidade da educação básica no país. Municípios com baixa arrecadação que não atingem um valor mínimo por aluno precisam estar atentos a essas exigências para assegurar acesso a esses recursos.

O Centro de Apoio Operacional às Promotorias da Infância e Juventude (Caopije) do MPTO está auxiliando as Promotorias de Justiça dos municípios que ainda não cumpriram essa exigência, fornecendo orientações sobre a fiscalização.

Estar na lista de inadimplência não resulta em bloqueio ou suspensão dos recursos do Fundeb, mas impede que o município receba a complementação VAAT em 2025. O promotor de Justiça e coordenador do Caopije, Sidney Fiore Junior, afirma: “Estamos empenhados em garantir que todos os municípios tocantinenses estejam em conformidade para receber os recursos a que têm direito, pois a educação é um direito fundamental de todos os cidadãos”.

Transparência nas contas públicas é essencial

Esses dados são cruciais para o controle da administração pública, Tribunal de Contas, Ministério Público e sociedade civil, assegurando a transparência e a correta aplicação dos recursos. “É importante destacar que a obrigação de apresentar esses dados não é uma novidade. A Constituição Federal e a Lei de Responsabilidade Fiscal já exigem essa transparência dos municípios”, explica o promotor. “O não cumprimento dessa obrigação, além de prejudicar a educação local, representa um grave desrespeito à legislação e ao direito da população de ter acesso a informações públicas”, completa.

Municípios que ainda precisam prestar contas

As prestações de contas ao governo federal devem ser feitas no Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (Siope) e no Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi).

Os municípios que ainda não prestaram contas até a data de publicação desta matéria são: Aragominas, Campos Lindos, Carmolândia, Centenário, Chapada da Natividade, Crixás do Tocantins, Filadélfia, Gurupi, Marianópolis do Tocantins, Muricilândia, Oliveira de Fátima, Paranã, Piraquê, Riachinho, Rio Sono, São Félix do Tocantins, Wanderlândia e Xambioá.