Mesmo com uma redução na taxa de desocupação geral, que caiu para 5% no terceiro trimestre de 2024, quando comparado com o mesmo período do ano passado (que era de 5,4%), o Tocantins enfrenta um cenário preocupante entre os jovens de 16 a 24 anos, cuja taxa de desocupação chega a 10,3%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.

O levantamento revelou ainda que, apesar do aumento no rendimento médio dos trabalhadores tocantinenses — que cresceu 0,96%, alcançando R$2.777,87 no terceiro trimestre —, o estado continua enfrentando dificuldades para inserir os jovens no mercado de trabalho. O economista Adriano Paixão, do Núcleo Aplicado de Estudos e Pesquisas Econômico-Sociais (NAEPE), alerta para a gravidade do cenário: “Enquanto a taxa de desocupação geral é de 5%, quando olhamos apenas para os jovens de 16 a 24 anos, o número salta para 10,3%. Isso significa que os jovens enfrentam desafios bem maiores no mercado de trabalho, algo que exige políticas públicas direcionadas para inserção e qualificação dessa faixa etária”, observa.

Em âmbito nacional, o estado acompanha a tendência de queda na desocupação geral, que passou de 7,68% para 6,4% no Brasil. No entanto, o índice de 10,3% entre os jovens tocantinenses ultrapassa a média nacional para essa faixa etária, sinalizando um desafio que também afeta outros estados, mas com maior intensidade no Tocantins.

Apesar das dificuldades para os jovens, o estado teve avanços no nível de ocupação geral, que subiu para 60,7% (era 60% no trimestre anterior) e na proporção de empregados com carteira assinada no setor privado, que foi de 54,7% para 55%.

Ainda assim, a taxa de informalidade — que considera trabalhadores sem carteira assinada ou registro no CNPJ — permanece alta, representando 42,8% da população ocupada, um leve aumento em relação ao trimestre anterior (42,3%).

Para o diretor-geral do NAEPE, Autenir Carvalho alertou para a dificuldade dos jovens no mercado de trabalho: “a inserção dos jovens no mercado de trabalho é o principal desafio das políticas públicas no estado. o cenário para os jovens evidencia um desafio crítico para as políticas públicas locais”, destacou.