PT realiza eleições internas neste domingo; saiba como funciona o processo

06 julho 2025 às 09h46

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Teve início às 9h deste domingo, 6, a etapa nacional do Processo de Eleições Diretas (PED) do Partido dos Trabalhadores (PT). A votação, que segue até às 17h no horário local de cada município, irá definir os novos dirigentes da legenda nos níveis municipal, estadual e nacional, além do próximo presidente nacional do partido.
A participação é exclusiva para filiados e filiadas cadastrados até 28 de fevereiro de 2025, com situação regular no sistema interno da legenda, o Sisfil. Quem atende a esses critérios também pôde se candidatar.
Filiados residentes fora do Brasil também participam da eleição, com votação voltada à Presidência Nacional e às chapas nacionais, respeitando os fusos horários locais.
Como funciona o processo eleitoral
A eleição é conduzida por meio de voto direto e secreto, com uso de cédulas físicas ou urnas eletrônicas, desde que autorizadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Estão em disputa os cargos das direções zonais, municipais, estaduais e nacional, além das Comissões de Ética, Conselhos Fiscais e delegados para os encontros partidários da legenda.
As chapas precisam obedecer a critérios de paridade de gênero — 50% de mulheres e 50% de homens — e cumprir cotas étnico-raciais e de juventude. Ao menos 20% dos membros devem ser negros, indígenas ou jovens com menos de 30 anos.
Para concorrer à presidência nacional do PT, é necessário o apoio mínimo de 1.000 filiados. Para os diretórios estaduais, a exigência é de 500 assinaturas. Já nos municípios, a quantidade mínima de apoios varia conforme o número de filiados da localidade.
Candidatos à presidência nacional
Quatro nomes estão na disputa pela presidência nacional do PT.
Edinho Silva representa a corrente “Construindo um Novo Brasil (CNB)”. Ex-prefeito de Araraquara (SP) e ex-ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo Dilma Rousseff, é apontado como o candidato preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Rui Falcão, deputado federal por São Paulo, foi presidente do PT entre 2011 e 2017. Com apoio de parte da corrente “Novo Rumo”, é jornalista e coordenou campanhas presidenciais de Lula (1994) e Dilma Rousseff (2010).
Romênio Pereira, da corrente “Movimento PT”, é um dos fundadores do partido e atualmente ocupa o cargo de secretário de Relações Internacionais da legenda.
Valter Pomar, historiador e dirigente nacional do PT, concorre pela corrente “Articulação de Esquerda”.
O presidente interino da legenda é Humberto Costa, que assumiu o cargo após a nomeação de Gleisi Hoffmann (PR), então presidente nacional do PT, para a Secretaria de Relações Institucionais (SRI).
Apuração e possibilidade de recursos
A apuração dos votos começará após o encerramento da votação neste domingo. Os diretórios municipais deverão enviar os resultados ao sistema nacional até as 14h da segunda-feira, 7 de julho, acompanhados da lista digitalizada de votantes, condição obrigatória para validação.
Filiados, chapas e fiscais podem apresentar recursos à Comissão Executiva Estadual até 10 de julho. As decisões devem ser julgadas até 13 de julho. Caso haja contestação, é possível recorrer à instância nacional até o dia 16. A decisão final deve sair até 20 de julho.
Segundo turno e critérios de desempate
Se houver mais de dois candidatos e nenhum alcançar mais de 50% dos votos válidos, será realizado segundo turno em 20 de julho. Filiados que não participaram do primeiro turno poderão votar normalmente nessa nova etapa.
Em caso de empate entre o segundo e o terceiro colocados, os três disputarão o segundo turno. Se houver empate no segundo turno, será somado o total de votos das duas etapas, e será considerado eleito quem obtiver o maior número de votos no acumulado.
Etapas seguintes
O resultado final do segundo turno será divulgado até 25 de julho. Após a definição, as chapas vencedoras indicarão os nomes que ocuparão as vagas nas direções. As posses das novas direções municipais e zonais estão previstas para ocorrer até 14 de setembro de 2025.