Dorivã Passarim critica cachês milionários pagos a artistas por institutos ligados a emendas e cobra valorização da cultura tocantinense
13 novembro 2025 às 13h36

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O cantor e compositor Dorivã Passarim do Jalapão, um dos nomes mais conhecidos da música tocantinense, publicou nesta semana um vídeo nas redes sociais criticando os altos valores pagos a artistas em eventos financiados por emendas parlamentares no Estado.
No vídeo, Dorivã faz referência direta às notícias divulgadas recentemente pela imprensa local sobre esquemas de contratação de institutos culturais ligados a parlamentares, responsáveis por organizar shows e eventos com cachês considerados exorbitantes.
“Me causa muita estranheza porque um cantor da noite pro dia sai do barzinho para ser um astro com um cachê exorbitante. Artista que a gente nunca ouviu falar, que nunca nos deu um bom dia”, afirmou. “Enquanto nós, que levamos o nome e a cultura do Tocantins para outros estados e até para o exterior, não somos convidados para nada. Há algo de estranho nisso.”
Dorivã também cobrou atuação dos órgãos de controle e maior valorização de artistas locais:
“Espero que o Ministério Público, o poder público e a gestão pública reconheçam esse trabalho que a gente vem fazendo, porque é um trabalho honesto e digno”, disse o músico.
Apurações Jornal Opção Tocantins vêm revelando uma série de contratos milionários firmados por meio de institutos contratados com recursos de emendas parlamentares. Parte dessas investigações apontou pagamentos de cachês elevados a artistas de pouca projeção e o envolvimento de pessoas próximas a figuras políticas na execução desses eventos.
Entre os casos levantados, o jornal mostrou eventos custando milhões de reais, com shows de artistas pagos acima de R$ 400 mil, além de valores concentrados em institutos que atuam simultaneamente em diversas cidades tocantinenses.
O tema também ganhou força após a divulgação, por parte do governo interino de Laurez Moreira, de dados que indicariam redução drástica nos gastos com shows, antes estimados em R$ 18 milhões por mês durante a gestão anterior, de Wanderlei Barbosa (Republicanos).
A fala de Dorivã reforça o desconforto crescente entre músicos e produtores culturais do Tocantins quanto à falta de transparência e critérios na escolha dos artistas beneficiados com recursos públicos.
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Veja vídeo:
