Em emergência ambiental, Tocantins está entre as regiões com maior risco de queimadas em 2025

O governo federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, declarou emergência ambiental devido ao alto risco de incêndios florestais em diversas regiões do Brasil em 2025. O Tocantins está entre os estados mais vulneráveis, com alerta para as regiões Ocidental e Oriental, onde o período crítico se estenderá de abril a novembro.

A medida assinada pela ministra Marina Silva permite a contratação emergencial de brigadistas e o reforço da estrutura de prevenção e combate ao fogo. Em coletiva de imprensa, a ministra ressaltou a importância da ciência na tomada de decisões:
“Com essa informação, os agentes públicos terão de tomar as medidas necessárias para agir em conformidade com o risco que está posto. Muito trabalho, muita ciência, muita reunião, todo um processo de reestruturação do sistema de enfrentamento a essas emergências climáticas”, afirmou Marina Silva.

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, também destacou a relevância do planejamento e da distribuição das equipes de combate: “A identificação dos períodos críticos por região fortalece a estratégia de combate. Assim, temos mais clareza do esforço e da movimentação dos brigadistas nas diferentes áreas durante o ano”, afirmou Agostinho.

Tocantins no centro do alerta
O Tocantins historicamente enfrenta queimadas severas devido às condições climáticas e à prática ilegal de uso do fogo para a abertura de áreas agropecuárias. A seca prolongada e as temperaturas elevadas intensificam os riscos, principalmente entre os meses de abril e novembro. Dados do Monitor do Fogo, do MapBiomas, apontam que o estado está entre os mais afetados pelas queimadas no Cerrado brasileiro.

O governo federal planeja mobilizar 4.608 profissionais, incluindo 4.358 brigadistas e 250 servidores efetivos, um aumento de 25% em relação ao ano passado. O combate será feito por meio de 231 brigadas federais, divididas entre o Ibama e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O reforço no combate às queimadas inclui uma frota ampliada de aeronaves, com 27 unidades entre helicópteros e aviões de lançamento de água. Além disso, serão utilizadas 340 camionetas operacionais, 199 veículos especializados e 50 embarcações. O estado deve receber parte desse aparato para atender às regiões mais críticas.
Os incêndios florestais no Tocantins afetam a biodiversidade do Cerrado e a população, com impacto na qualidade do ar e na saúde pública. O governo estadual, em parceria com a União, também deverá reforçar as ações de fiscalização e educação ambiental para evitar o uso indevido do fogo.