Entidades repudiam exoneração de secretário de Saúde de Augustinópolis internado em UTI
06 novembro 2025 às 10h32

COMPARTILHAR
A exoneração do secretário municipal de Saúde de Augustinópolis, Yatha Anderson Pereira Maciel, provocou forte reação de entidades ligadas à enfermagem e à gestão pública de saúde no Tocantins. O enfermeiro, que também preside o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Tocantins (Cosems-TO), está internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na Paraíba, em razão de um nódulo cerebral que está em investigação. A exoneração, feita pelo prefeito Ronivon Teodoro da Silva, foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) no último dia 03. Silva era vice-prefeito e assumiu a gestão após a morte do prefeito Antônio Cayres, cerca de duas semanas atrás.
Em nota de repúdio, a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) – Seção Tocantins manifestou “profundo repúdio” à decisão do prefeito e classificou o ato como uma demonstração de “falta de empatia, respeito e solidariedade” com um servidor público que, mesmo diante de dificuldades pessoais, “tem se dedicado ao bem-estar da população do município”.
O documento, assinado pela presidente da ABEn-TO, Josane Araújo Franco, enfatiza que a exoneração “neste momento crítico de sua vida, levanta questionamentos sobre a ética e a humanidade nas decisões administrativas”. “A saúde e a dignidade humana devem ser respeitadas acima de qualquer interesse político”, afirma a nota.
No mesmo dia, o Cosems-TO divulgou uma manifestação de solidariedade ao presidente afastado. A nota reconhece a trajetória de Yatha Anderson como “trabalhador dedicado, defensor do SUS e da saúde pública tocantinense, com relevantes contribuições também em seu município de origem, Augustinópolis”.
“Neste momento delicado, o Cosems-TO reforça seu respeito e apreço pela história de compromisso e serviço que o presidente Yatha construiu ao longo de sua caminhada”, diz a manifestação, que ainda convida a população a se unir “em preces e energias positivas, desejando a plena recuperação e o restabelecimento da sua saúde”.
As manifestações foram publicadas nesta quarta-feira, 05, e repercutiram entre profissionais da área, que consideraram a exoneração uma medida precipitada e desumana.
