O estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) “Estatísticas de Gênero: Indicadores Sociais das Mulheres no Brasil” revelou nesta sexta-feira, 8 de março, que 22,4% das mulheres tocantinenses entre 15 e 24 anos não estavam trabalhando, estudando ou em treinamento, em comparação com 10% dos homens na mesma faixa etária. No Tocantins, as mulheres dedicaram quase o dobro de tempo aos cuidados domésticos em comparação aos homens (19,7 horas contra 11,5 horas).

O estudo destaca a importância do número médio de horas dedicadas às atividades de cuidados como um indicador relevante do trabalho não remunerado, predominantemente realizado por mulheres. Apesar de uma pequena variação nas horas dedicadas pelos homens ocupados no mercado de trabalho (10,7 horas), as mulheres ocupadas dedicaram, em média, 2,5 horas a menos do que a média total das mulheres (17,2 horas).

A elevada dedicação às atividades domésticas acaba limitando a participação feminina no mercado de trabalho, refletindo na estatística de mulheres de 15 a 24 anos que não estão ocupadas, não estudam e não estão em treinamento (22,4%), em comparação com os homens (10%).

O estudo também aborda a saúde da mulher, destacando variações nos nascimentos e na taxa de mortalidade materna no Tocantins. A redução de nascimentos entre 2010 e 2022 foi de aproximadamente 7,9%, com uma diminuição notável em 2016 devido à crise do zika vírus e em 2020 pela pandemia.

A expectativa de vida aos 60 anos é maior para mulheres (23,4 anos em 2022) em comparação com homens (20,5 anos). Essa diferença é atribuída à taxa de mortalidade masculina por doenças cardiovasculares, câncer, diabetes ou doenças respiratórias crônicas, que é superior à das mulheres.

Partipaçação na política

O estudo também aborda a participação das mulheres na política, observando uma redução na representação feminina na Câmara Federal. Em 2017, as mulheres ocupavam 37,5% das cadeiras, caindo para 25% em 2020 e chegando a 0% em 2023. Nas Câmaras de Vereadores do Tocantins, a representação feminina era de 16,4% em 2023. Em relação ao cargo máximo do Poder Executivo local, as mulheres ocupavam 14,4% das prefeituras em 2020, uma queda em comparação a 2016 (17,3%).