O vice-prefeito de Caseara, Gilman Rodrigues da Silva, foi preso nesta quinta-feira, 3, em Paraíso do Tocantins, após um mandado de prisão ser cumprido enquanto ele prestava novo depoimento sobre a agressão à sua namorada, Delvânia Campelo. A tentativa de feminicídio ocorreu no dia 22 de março deste ano, em uma chácara na zona rural de Caseara, deixando a vítima gravemente ferida.

Delvânia, de 50 anos, sofreu diversos ferimentos e tentou pedir socorro por meio de áudios em um aplicativo de mensagens, porém, o suspeito teria apagado as gravações. A vítima foi encontrada por um caseiro e socorrida pela Polícia Militar, sendo encaminhada ao Hospital Geral de Palmas (HGP), onde permanece internada.

Gilman, de 47 anos, foi preso no momento em que se apresentou para prestar novo depoimento na delegacia. Seu advogado afirmou que se manifestará posteriormente no processo.

O delegado José Lucas Melo informou que o suspeito se manteve em silêncio durante a prisão. Após ser detido, ele foi levado para a Unidade Penal de Paraíso do Tocantins e se encontra à disposição da Justiça.

Durante as investigações, a polícia descobriu que Gilman e Delvânia estavam em um relacionamento desde o segundo semestre de 2024 e enfrentavam frequentes conflitos, incluindo ciúmes e episódios de violência. A polícia revelou também que, recentemente, houve uma briga durante uma viagem do casal ao Maranhão.

No dia do crime, os dois discutiram, e as agressões começaram. Após fugir da chácara, Gilman se refugiou em Palmas com a ajuda de familiares. Ele se apresentou à delegacia em 25 de março acompanhado de um advogado e, em depoimento, alegou que as agressões começaram quando Delvânia lhe atacou com uma arma branca e que ele reagiu em legítima defesa. O suspeito apresentou pequenos ferimentos, mas, na ocasião, não foi preso, pois já não estava em flagrante.

O delegado ressaltou ainda que, trata-se de um crime gravíssimo que causou enorme repercussão em todo o Estado, devido à crueldade como foi praticado. “Segundo apontaram as investigações da Polícia Civil, no dia dos fatos, teria havido um desentendimento entre o casal, o qual evoluiu para vias de fato, sendo que em determinado momento, o autor se armou com um cabo de rodo e desferiu vários golpes que atingiram, sobretudo, a cabeça da vítima, mais precisamente na região na nuca, causando graves lesões”, disse José Lucas.

Entretanto, diante da gravidade dos ferimentos de Delvânia e das divergências nos depoimentos de Gilman, a polícia concluiu que, após o momento de perigo que ele alegava ter vivido, ele agiu de maneira excessiva. A quantidade de golpes aplicados na vítima e sua fuga após o crime foram fatores que levaram à solicitação da prisão preventiva.

Além disso, a investigação revelou um histórico de violência doméstica, com um registro anterior envolvendo a ex-mulher de Gilman, o que reforçou a necessidade da prisão. Diante das inconsistências em seu relato, o suspeito foi intimado a prestar novo depoimento e, com a prisão preventiva deferida pela Justiça, o mandado foi cumprido nesta quinta-feira, 3.

“Nos próximos dias, o inquérito será concluído e encaminhado ao Ministério Público para a adoção das medidas legais cabíveis”, afirmou o delegado.