O documentário Araguaia, do cineasta tocantinense Hermes Leal, estreia no circuito nacional de cinema no dia 26 de junho. A produção traz à tona relatos inéditos sobre a Guerrilha do Araguaia (1972–1974), incluindo confissões de militares que participaram das ações e admitem, pela primeira vez em vídeo, execuções durante o período da ditadura militar no Brasil.

O longa foi filmado em locações reais do conflito, entre Marabá, no Pará, e Xambioá, no norte do Tocantins, região central dos combates. É também a primeira vez que parte desses episódios é retratada sob a ótica de quem viveu os dois lados: ex-guerrilheiros, soldados, camponeses e historiadores.

Com distribuição da Jalapão Filmes, sediada em Palmas, o filme reconstrói os sete anos de preparação e confronto, revelando os bastidores de um dos episódios mais violentos e silenciosos da história recente do país. Cerca de 69 pessoas foram mortas, e 49 seguem desaparecidas.

Araguaia tem narração de Paulo Betti e é resultado de uma investigação iniciada na série de TV Guerra do Araguaia. A obra inclui ainda imagens da Casa Azul, em Marabá, apontada como um dos principais centros de tortura do período.

Dirigido e roteirizado por Hermes Leal, natural de Araguaína (TO), o filme é uma das mais contundentes produções sobre o conflito, e levanta questões sobre a memória, a responsabilização e a verdade histórica.