Nesta terça-feira, 7, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil vai oferecer os melhores argumentos econômicos para os Estados Unidos, nas negociações para reverter o tarifaço aos produtos brasileiros exportados para aquele país. Segundo Haddad, o principal motivo deles é de que a medida está encarecendo a vida do povo estadunidense.

“O papel do Ministério da Fazenda e do Ministério do Desenvolvimento Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) é justamente oferecer os melhores argumentos econômicos para mostrar, inclusive, que o povo dos Estados Unidos está sofrendo com o tarifaço”, o ministro frisou. “Eles estão com o café da manhã mais caro, eles estão pagando o café mais caro, eles estão pagando a carne mais cara, eles vão deixar de ter acesso a produtos brasileiros de alta qualidade no campo, também, da indústria”, concluiu Haddad, ao participar do programa Bom Dia Ministro.

“Eles estão notando, de dois meses para cá, que as medidas mais prejudicam do que favoreceram os Estados Unidos”, reforçou o ministro, ao relembrar que os Estados Unidos têm superávit comercial em relação ao Brasil e muitas oportunidades de investimento, sobretudo voltado para transformação ecológica, terras raras, minerais críticos, energia limpa, eólica e solar.

Na segunda-feira, 6, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, telefonou para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na videoconferência que durou meia hora, Lula solicitou a retirada da sobretaxa de 40% imposta pelo governo norte-americano a produtos brasileiros e das medidas restritivas aplicadas contra autoridades brasileiras.

Trump designou o secretário de Estado Marco Rubio para dar sequência às negociações. Os dois presidentes trocaram seus números de telefone para estabelecer uma via direta de comunicação e, também, devem se encontrar pessoalmente em breve.

Segundo Haddad, muitos interlocutores pediram que o governo do presidente Lula adotasse outra forma de proceder na negociação. No entanto, para o ministro, a diplomacia brasileira, “que é das melhores do mundo”, vai prevalecer.

“Eu creio que a estratégia que foi decidida pelo presidente Lula vai render os melhores frutos para o Brasil, independentemente de quem seja designado para negociar em nome do governo dos Estados Unidos. E penso que a diplomacia brasileira, com os argumentos que tem, vai saber superar esse momento que foi um equívoco muito grande. Muito mais com base em desinformação do que propriamente com base na realidade dos fatos”, disse o ministro.

Para Haddad, a ação de grupos de extrema direita brasileiros está desinformando o governo americano do que acontece no país. “Está cada vez mais claro para o governo dos Estados Unidos, como está claro para o mundo inteiro, que não está acontecendo nada no Brasil que não siga absolutamente as regras democráticas do Estado de Direito.”

O tarifaço imposto ao Brasil faz parte da nova política da Casa Branca após decisão de Donald Trump de elevar as tarifas contra parceiros comerciais na tentativa de reverter a relativa perda de competitividade da economia dos Estados Unidos para a China nas últimas décadas. Entre os produtos tarifados estão café, frutas e carnes.

No dia 2 de abril, Trump impôs barreiras alfandegárias a países de acordo com o tamanho do déficit que os Estados Unidos têm com cada nação. Como os EUA têm superávit com o Brasil, na ocasião, foi imposta a taxa mais baixa, de 10%. Já no dia 6 de agosto, entrou em vigor uma tarifa adicional de 40% contra o Brasil em retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022. Segundo Trump, a condenação de Bolsonaro prejudicou as big techs estadunidenses e em resposta ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por liderar uma tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022.

Gabes Guizilin cumpre estágio obrigatório por meio do convênio firmado entre o Jornal Opção e a Universidade Federal do Tocantins (UFT), sob supervisão de Elâine Jardim.