Incêndios na Ilha do Bananal afetam comunidades indígenas do Tocantins
19 setembro 2024 às 16h48
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As comunidades indígenas da Ilha do Bananal enfrentam dificuldades devido aos incêndios que devastaram 720 mil hectares da reserva em 2024. A ilha é uma importante zona de transição entre os biomas do Cerrado, Pantanal e Amazônia, ela abriga os povos Iny – Karajá, Iny – Karajá Xambioá, Iny – Javaé, porém o povo mais afetado até o momento é o Avá-Canoeiro, que vive na Mata do Mamão.
Os danos causados pelo fogo afetam tanto a vegetação quanto a fauna, com muitos animais sendo encontrados mortos ou em busca de água e alimento. As equipes do Prevfogo, projeto promovido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e brigadistas indígenas da região estão ativos no combate ao fogo, mas relatam dificuldades em prestar apoio aos animais.
O combate aos incêndios conta com a ajuda, ainda, de tropas do Exército, que atuam apenas em áreas acessíveis por terra, já que não há aeronaves disponíveis para a operação. A equipe informou que não dispõe de efetivo suficiente para expandir a operação e atender às necessidades atuais. Por conta disso, a atenção está concentrada em áreas isoladas, onde o deslocamento só é possível por via aérea.
Aumento nos focos de incêndio
Além da Ilha do Bananal, o estado do Tocantins também enfrenta um aumento nos focos de incêndio em outras unidades de conservação, com 372 registros somente no último fim de semana. O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) está monitorando parques estaduais como Jalapão e Cantão, com Mateiros e Ponte Alta do Tocantins figurando entre as cidades com mais focos ativos.
A seca extrema que afeta a região agrava ainda mais a situação. O Lago Sohoky, o maior da ilha com 48 km de extensão, está quase seco, impactando negativamente tanto a vida aquática e animais terrestres, quanto às comunidades indígenas que dependem da pesca.
O lago está seco em várias regiões, resultando em peixes represados. As complicações geradas afetam tanto a vida aquática quanto a terrestre, que depende do lago para abastecimento de água. Além disso, as comunidades indígenas podem enfrentar dificuldades para pescar para suas famílias. O monitoramento da situação está em andamento (com informações do G1 Tocantins).