Influenciadores digitais no Tocantins são investigados por esquema milionário de sonegação e lavagem de dinheiro
29 novembro 2024 às 09h42
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A Polícia Federal (PF) e a Receita Federal deflagraram, nesta quinta-feira, 28, uma operação contra uma organização suspeita de envolvimento em crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, descaminho e incitação ao crime. O esquema, que inclui influenciadores digitais do Tocantins e de Goiás, teria causado prejuízos anuais estimados em R$80 milhões aos cofres públicos.
De acordo com a PF, os investigados, que não tiveram seus nomes divulgados, se auto intitulam “especialistas” em importação de eletrônicos, promoviam cursos ensinando seguidores a importar produtos de forma clandestina, sem o pagamento de impostos. Nas redes sociais, os influenciadores exibiam uma vida de luxo, ostentando viagens internacionais e carros importados, financiados, segundo as autoridades, pelos lucros das atividades ilegais.
Cerca de 300 policiais federais e 133 servidores da Receita Federal cumpriram mais de 70 mandados de busca e apreensão em cidades como Goiânia e Anápolis (GO), Palmas (TO), Manaus (AM) e Confresa (MT). Apenas no Setor Campinas, em Goiânia, lojas suspeitas de integrar o esquema foram alvo de ações.
As investigações revelaram uma estrutura organizada, Foi identificada uma estrutura organizada, com divisão de tarefas entre os integrantes do grupo. As empresas associadas ao esquema registraram movimentações financeiras expressivas, utilizando criptomoedas para operações ilícitas e práticas de lavagem de capitais. A investigação também verificou que o esquema abrangia a importação clandestina, transporte, armazenamento e comercialização de mercadorias, especialmente eletrônicos, que eram vendidos de maneira irregular em estabelecimentos físicos e online.
Até o momento, foram apreendidos R$119 mil em espécie, além de veículos e mercadorias. Segundo a PF, etapas anteriores da operação já haviam contabilizado apreensões avaliadas em R$10 milhões.