Waldemar José de Lima Neto se apresentou à Polícia Civil do Tocantins nesta segunda-feira, 1°, e foi preso em cumprimento a um mandado expedido pela Justiça de Goiás. A detenção não tem relação com o homicídio que ocorreu no último sábado, 29, quando o vigilante Dhemis Augusto Santos, de 35 anos, foi morto a tiros em uma galeria de lojas na 203 Sul, em Palmas.

A apresentação de Waldemar ocorreu horas depois de o Jornal Opção Tocantins publicar, com exclusividade sua relação de parentesco de Waldecir José de Lima Júnior, que passou a ser procurado pela Polícia Civil do Tocantins. Waldecir é apontado como o autor do disparo que atingiu o vigilante após uma discussão motivada pela forma como um veículo estava estacionado.

O suspeito possui registro como CAC, teve mandado de prisão preventiva decretado pela 1ª Vara Criminal de Palmas e segue foragido.

Prisão em Goiás e histórico criminal

Embora a entrega tenha ocorrido em meio à repercussão do homicídio, o mandado cumprido contra Waldemar é de outra investigação. Ele é réu em processo que apura a atuação de uma organização criminosa investigada pela 2ª Vara Estadual de Repressão às Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais de Goiás.

Segundo denúncia do Ministério Público goiano, recebida em 15 de julho de 2025, o grupo teria praticado golpes imobiliários envolvendo imóveis com situação registral irregular, falsificação de documentos (inclusive de Cadastro Ambiental Rural), esbulhos possessórios, negociações fraudulentas e corrupção de policiais militares. Para expulsar proprietários, intimidar vítimas e cobrar dívidas ilegais, o grupo pagaria “diárias” que variavam de R$ 250 a R$ 8 mil. A organização, segundo o MP, atuava desde pelo menos 2019 em Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

A denúncia inclui ainda crimes de tráfico e associação para o tráfico de drogas, estelionato em série, corrupção ativa, porte ilegal de arma, denunciação caluniosa, falso comunicado de crime e organização criminosa. Em um dos episódios citados, uma integrante foi presa em 2021 com 24,7 kg de maconha, além de outros 965,5 kg apreendidos em sua residência. O Ministério Público afirma que Waldemar e outros acusados contribuíram para a movimentação da droga.

O juiz Alessandro Pereira Pacheco decretou a prisão preventiva de Waldemar e de outros dois réus. Os mandados permaneciam pendentes de cumprimento.

Entrega após repercussão

Waldemar se apresentou à Delegacia de Homicídios de Palmas e, após os procedimentos formais, foi levado ao presídio da capital. Ele não explicou os motivos da entrega e não deu informações sobre o paradeiro do irmão. Advogados que acompanharam o ato afirmaram que Waldemar passou a integrar um grupo religioso e decidiu se entregar após refletir sobre a situação.

O advogado de Waldecir, Zenil Drumond, declarou que a defesa deve entregar à polícia a arma usada no homicídio em Palmas, mas que Waldecir ainda não deverá se apresentar por temer a repercussão do caso. “Em um momento adequado, ele será apresentado”, afirmou.

A audiência de custódia de Waldemar está prevista para esta terça-feira, 2.

A Polícia Civil do Tocantins segue à procura de Waldecir José de Lima Júnior. Informações podem ser enviadas ao WhatsApp da 1ª DHPP: (63) 8131-8454, ou ao Disque-Denúncia 197.

*Com informações da TV Ahanguera