Ministro da Agricultura prevê alívio no bolso do consumidor com redução dos preços no varejo

10 abril 2025 às 07h46

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O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta quarta-feira (9) que os preços dos alimentos devem continuar caindo nas próximas semanas. Um dos motivos é a recente redução nos valores das commodities no mercado internacional. Além disso, a renovação dos estoques e a queda na procura por ovos após a Páscoa também contribuem para esse cenário.
“Hoje, eu recebi um dado do varejo e do atacado para a carne bovina. No varejo, ela já caiu e, no atacado, caiu muito mais. É o tempo de consumir o estoque pelo preço antigo, vai cair mais ainda no varejo, como já está se mostrando no atacado. Isso serve para óleo de soja, para arroz, para feijão. Após a Páscoa, os preços dos ovos também venham a ceder um pouco”, declarou Fávaro.
Segundo o ministro, a redução nos preços é reflexo de medidas adotadas pelo governo para estimular a produção, sem interferência direta no mercado.
“A gente está muito confiante de que, com as medidas tomadas de forma ortodoxa, sem nenhum tipo de pirotecnia, de estímulo à safra brasileira, os preços dos alimentos vão ceder na ponta para o supermercado, para o consumidor, mais do que hoje”, acrescentou.
Plano Safra 2025-2026
Fávaro se reuniu com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir os detalhes do próximo Plano Safra, que começa em 1º de julho. A prioridade, segundo ele, será manter os juros mais baixos para os médios produtores, por meio do Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural).
“A ideia é que a gente gaste o máximo possível de recursos do Tesouro para manter o Pronamp nos níveis atuais, com juros de 8% ao ano. Mas isso requer muito mais recursos do Tesouro”, explicou.
Atualmente, o Plano Safra conta com R$ 65 bilhões destinados à equalização de juros. Como a Selic está em 14,25% ao ano, manter taxas abaixo disso exige maior aporte do Tesouro para cobrir a diferença.
Financiamento para grandes produtores
Para os grandes produtores, o governo estuda aumentar as linhas de crédito atreladas ao dólar. Fávaro explicou que esse modelo é vantajoso para quem exporta, pois a receita vem em moeda estrangeira.
“A linha dolarizada tem custo zero para o Tesouro, mas juros ainda abaixo de 10% [ao ano], sendo praticado hoje em 8,5% ao ano e custo da variação cambial para produtores que têm hedge natural [proteção contra o câmbio]. Serão as linhas gerais do novo Plano Safra para que possamos ter um Plano Safra maior que o do ano passado, apesar da Selic elevada”, disse.
O ministro informou ainda que já se reuniu com o Banco do Brasil e deve conversar com outras instituições financeiras que operam crédito rural, com o objetivo de ampliar o acesso a essas linhas de financiamento.