O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na última sexta-feira, 20, os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) – Características gerais dos domicílios e dos moradores em 2023. A pesquisa, realizada com a visita de agentes a domicílios durante cinco trimestres consecutivos, reúne informações sobre a situação das moradias e os hábitos da população brasileira. No Tocantins, o estudo abrangeu 558 mil domicílios, fornecendo uma visão detalhada das condições de habitação, serviços básicos e perfil da população.


Em relação à posse dos imóveis, 60,4% dos domicílios no estado eram próprios e quitados, enquanto 2,5% ainda estavam sendo pagos. O percentual de imóveis alugados foi de 24,8%, e 12,2% estavam sendo cedidos. No Brasil, os dados nacionais mostraram 62,3% de imóveis próprios e quitados e 22,4% alugados.


Quanto ao material predominante nos telhados, 88,2% dos domicílios tocantinenses tinham telhado sem laje de concreto, uma redução em comparação com o ano anterior, quando esse número foi de 91,6%. Já 9,4% dos domicílios tinham telhas com laje de concreto, enquanto 2,1% utilizavam outro material e 0,3% eram compostos apenas por laje de concreto. No que diz respeito ao piso, 68,7% das casas tinham cerâmica, lajota ou pedra como material predominante, e 30,2% possuíam pisos de cimento, um percentual maior que a média nacional de 11,7%.


Em relação às paredes, 86,1% dos domicílios eram construídos com alvenaria ou taipa, enquanto 11,8% eram de alvenaria ou taipa sem revestimento. Outros 1,5% dos domicílios usavam madeira apropriada para construção, e 0,6% eram feitos de outros materiais.


O Tocantins apresentou um acesso inferior à média nacional quando o tema foi esgoto. Apenas 35,1% dos domicílios tinham acesso à rede geral ou à fossa séptica conectada à rede de esgoto, bem abaixo dos 69,9% registrados em todo o país. Em contrapartida, 56,8% dos domicílios utilizaram algum tipo de esgotamento sanitário alternativo, como fossa rudimentar, vala, ou até mesmo destino ao rio ou ao lago.


A pesquisa revelou também que 84,1% dos domicílios tocantinenses recebiam abastecimento de água pela rede geral de distribuição. A diferença entre as zonas urbana e rural foi considerável, com 95,1% na área urbana e apenas 21,1% nas áreas rurais. A água era distribuída todos os dias para 96,3% dos domicílios. No que diz respeito ao lixo, 79,4% dos domicílios tinham acesso ao serviço de coleta regular, enquanto 8,7% utilizavam caçambas, 10,0% queimavam o lixo na propriedade e 1,9% destinaram-no de outra maneira.


A eletricidade estava presente em 99,7% dos domicílios no estado, sendo 99,8% na área urbana e 98,9% na zona rural.


A pesquisa também evidenciou uma mudança no perfil demográfico da população do estado. Houve uma diminuição no percentual de jovens de 0 a 29 anos e um aumento nas faixas etárias acima de 30 anos. A população de 0 a 4 anos caiu de 9,1% para 8,2%, enquanto a de 5 a 9 anos reduziu de 9,6% para 8,3%. A faixa de 30 a 39 anos teve um pequeno aumento de 16,0% para 16,6%, e as faixas etárias acima de 40 anos apresentaram crescimento, sendo de 11,1% para 13,6% entre 40 a 49 anos, e de 7,7% para 10,4% entre 50 a 59 anos. A população de 60 anos ou mais também cresceu significativamente, passando de 5,6% para 8,3%.


Além disso, a população autodeclarada branca foi a única a registrar crescimento no estado, subindo de 20,5% para 22,2%, enquanto as populações preta e parda somaram 13,4% e 63,2%, respectivamente.
No que diz respeito aos arranjos domiciliares, a família nuclear foi o tipo mais comum no Tocantins, representando 64,2% dos domicílios. O arranjo unipessoal, que se refere a pessoas que moram sozinhas, teve um aumento de 15,6% para 17,4% entre 2022 e 2023, sendo mais prevalente entre os homens (21,7%) do que entre as mulheres (13,1%). As unidades estendidas representaram 16,8% dos domicílios, enquanto as unidades domésticas compostas somaram 1,6%.