Uma operação conjunta envolvendo as polícias civis do Tocantins e de Goiás foi deflagrada na manhã desta quarta-feira, 27, para desarticular uma organização criminosa acusada de fraudar processos licitatórios na cidade de Iporá (GO). Batizada de “Ato Falho”, a ação cumpriu 14 mandados de busca e apreensão, sendo dois deles em Palmas, além de ordens judiciais em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade, Santo Antônio de Goiás e Iporá.

No Tocantins, as buscas foram coordenadas pela Divisão Especializada de Repressão à Corrupção (DECOR), sob o comando do delegado Guilherme Rocha. Os agentes localizaram e apreenderam documentos e itens em endereços ligados a investigados, que serão encaminhados à Polícia Civil de Goiás para subsidiar as apurações. 

O delegado destacou a importância da colaboração entre as polícias civis dos dois estados. “A Divisão Especializada de Combate à Corrupção da Polícia Civil do Tocantins atuou de forma integrada com a PC/GO nessa operação que visa desarticular essa organização criminosa que tinha por objetivo lesar os cofres públicos. Nesse sentido, gostaria de ressaltar a integração e a união de esforços que possibilitaram o resultado satisfatório para a investigação em geral”, afirmou Guilherme.

De acordo com as investigações, a organização criminosa teria fraudado 37 procedimentos realizados pela Prefeitura de Iporá em 2021. Esses processos resultaram na contratação de empresas para serviços de saúde, sem licitação e com base em orçamentos falsos e simulação de concorrência.As empresas envolvidas, registradas em nome de “laranjas”, praticaram sobrepreço de até 21.700%, gerando prejuízo estimado de R$5 milhões aos cofres públicos. Segundo os investigadores, as fraudes eram realizadas para garantir que uma única empresa, parte do esquema, fosse sempre a vencedora das licitações simuladas. O material apreendido em Palmas será anexado ao inquérito conduzido pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção de Goiás, responsável por coordenar a operação.