Durante a Conferência Municipal do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), realizada em 21 de outubro, foi aprovado o indicativo de um nome para concorrer à Prefeitura de Palmas em 2024. É o da jornalista Roberta Tum, que também será a nova presidente municipal da legenda. Antes disso, ela foi eleita presidente do diretório municipal do partido, em substituição ao professor George Brito.

Roberta Tum, jornalista e empresária do ramo da comunicação, diz que sua candidatura à Prefeitura nasceu quando da construção da meta de coordenar o PCdoB. Ela explica também que seu nome será submetido à discussão com os outros partidos da federação, PT e PV. “O processo ocorreu conversando com pessoas do partido e de fora, depois que me fizeram o convite para presidir e ajudar a ampliar o partido. Foi da intenção de mostrar quem somos para a sociedade que nasceu a ideia de lançar meu nome para a Prefeitura”, conta.

Um pouco antes, a jornalista revelou que ajudou o PCdoB em campanhas eleitorais, como a de 2018, de Manuela d’Ávila como vice na chapa do candidato à Presidência Fernando Haddad (PT), assim na de 2020, para vereador, e na de 2022, apoiando a Federação Brasil da Esperança, que elegeu o presidente Lula.

Em seu dia a dia, como uma pessoa que assumiu suas raízes africanas, tem trabalhado para defender as religiões de matriz africana. “Quando eu assumi o candomblé, que abri meu terreiro, pude ver mais de perto muitos problemas que a população periférica sofre. O terreiro é como uma antena e lá as pessoas vão buscar solução para seus problemas de emprego, do filho que foi preso, ou do outro filho que os traficantes estão perseguindo, entre muitos outros”, relata.

Depois desse tempo contatando assim as pessoas, Roberta confessa que veio a reflexão de que poderia ajudar mais e de dar uma contribuição para as comunidades pobres que sofrem com bolsões de miséria e violência. “Nesses bolsões, as mães estão sempre preocupadas com os filhos que podem estar trabalhando ou sendo perseguidos pelos traficantes ou pela polícia. “Eu tenho experiência no poder público. Fui diretora do Procon, que peguei com uma salinha e o transformei. Eu sou empresária há mais de 18 anos em Palmas e gero empregos e, assim como minha empresa, outras centenas geram milhares de empregos. Então, eu tenho capacidade para gerir a cidade, tenham certeza”, enfatiza.

Debater a cidade

Roberta Tum diz que, com o anúncio de sua candidatura, já houve uma movimentação política, mas que sua pretensão é começar um debate qualificado sobre a cidade. “Queremos debater Palmas, mas do ponto de vista da qualidade de vida para todos os cidadãos. Porque hoje a periferia sofre para se deslocar para o trabalho, para a escola dos filhos e com o calor. Por exemplo, porque não fizeram um planejamento urbano para que a cidade tenha mais árvores para amenizar este calor que sofremos agora? Qual é a Palmas que a gente quer?”, questiona.

A conferência do PCdoB também definiu uma resolução que define as bandeiras a serem defendidas pelo partido na sucessão em Palmas no próximo ano. Elas são fruto do debate ocorrido nas últimas semanas e nas plenárias das Mulheres, da Juventude e da Cultura e abordam temas que vão da defesa da vida e saúde das mulheres à manutenção do transporte urbano no controle do município, com a implantação da tarifa zero para os que dela necessitam.

“Nossa primeira meta é a organização interna do partido, com rodas de conversa pelos bairros e campanha de filiação para ampliar nossos quadros. Nesse meio tempo, o PCdoB fará uma campanha de combate ao preconceito e à desinformação que existe em torno dos ideais comunistas. Queremos uma cidade em que prevaleça o bem comum”, conta a jornalista.

Além dos membros do PCdoB, a conferência contou com a presença de convidados como o ex-senador Donizete Nogueira (PT), o titular da Superintendência do Patrimônio da União (SPU) no Tocantins, Edy César, Edson Cabral e Nélio Lopes, do Movimento Negro Unificado (MNU).