Pesquisadores da UFRJ afirmam que mudanças climáticas aumentam insegurança alimentar
13 setembro 2024 às 12h05
COMPARTILHAR
A relação direta entre as mudanças climáticas e a fome foi tema central do 6º Encontro Nacional de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar Nutricional (EPISSAN), realizado nesta semana na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Os estudos apresentados são compostos por pesquisadores brasileiros e internacionais e correlacionam a insegurança alimentar com as alterações climáticas. Entre os pontos debatidos estão a insegurança hídrica, que pode ocasionar o comprometimento da produção agrícola e afetar o fornecimento de alimentos, consequentemente aumentando seus preços e prejudicando as famílias mais pobres.
A professora, Rosana Salles da Costa, que é a coordenadora do evento e professora do Instituto de Nutrição da UERJ, destacou que a crise climática está diretamente ligada à dificuldade no acesso à alimentação saudável: “a segurança alimentar se relaciona com diversas questões, e uma delas é o impacto das mudanças climáticas, como o prejuízo no acesso à água em quantidade e qualidade”, afirmou a professora. “As queimadas e a seca estão afetando as áreas de cultivo destinadas ao consumo nacional, prejudicando a produção de alimentos e, consequentemente, elevando os preços.”
Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, no último trimestre de 2023, 10,8% dos lares que eram comandados por mulheres possuíam insegurança alimentar, entre os níveis moderado e grave. Em lares liderados por homens esse número cai para 7,8%. A pesquisa revelou ainda que em 74,8% das casas com insegurança alimentar tem como principal fonte de renda mulheres negras. “Infelizmente, as mulheres negras continuam a ser o grupo mais vulnerável à fome no Brasil. Isso reforça a urgência de medidas direcionadas para essas famílias, que enfrentam as maiores dificuldades no acesso a uma alimentação adequada”, ressaltou a professora.
Possíveis Soluções
Entre as possíveis soluções para enfrentar a fome estão as ferramentas tecnológicas. No evento foi abordada a necessidade de monitorar o mapa da fome no Brasil. O aplicativo Vigisan, criado pela rede Penssan, facilita a abordagem desses grupos sociais vulneráveis através da aferição dos dados, já a plataforma FomeS, desenvolvida pelo Ministério da Saúde agrega os dados climáticos, insegurança alimentar, hídrica, saúde e estado nutricional, com foco especial às crianças.
Com informações da Agência Brasil