PGR pede condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe, fraude eleitoral e organização criminosa

15 julho 2025 às 07h54

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por crimes relacionados à tentativa de ruptura institucional no país. A manifestação foi feita nas alegações finais da ação penal que investiga o envolvimento do ex-presidente e de aliados próximos na articulação de medidas contra a ordem democrática.
Segundo a PGR, Bolsonaro teria liderado uma organização criminosa voltada a minar a confiança no sistema eleitoral, incentivar ataques a instituições e promover ações com o objetivo de interferir no funcionamento do Estado de Direito.
Durante depoimento ao STF em junho, Bolsonaro negou qualquer participação nos atos que motivaram o processo.
Crimes atribuídos a Bolsonaro:
- Organização criminosa armada
- Tentativa de golpe de Estado
- Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Dano qualificado ao patrimônio da União
- Deterioração de patrimônio tombado
Além de Bolsonaro, a PGR também solicita a condenação de ex-ministros, militares e ex-integrantes do governo. Entre os citados estão:
- Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e atual deputado federal
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
- Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente em 2022
- Paulo Sérgio Nogueira, também ex-ministro da Defesa
Todos eles são acusados de, em diferentes graus, compor a organização e participar de ações que visavam enfraquecer as instituições e questionar os resultados das eleições.
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, é tratado como colaborador do processo. A PGR reconhece que ele prestou informações relevantes, mas aponta que houve omissões. Por isso, pede que Cid tenha a pena reduzida em um terço, mas sem direito ao perdão judicial.
O Supremo Tribunal Federal ainda deverá julgar os pedidos e ainda não há data definida para a decisão.