Policial Civil acusado de ameaçar a jornalista Natuza Nery é afastado de suas funções
03 janeiro 2025 às 15h02
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A jornalista Natuza Nery denunciou um policial civil por tê-la ameaçado em um supermercado na região de Pinheiros, em São Paulo, na última segunda-feira, 30. Segundo relatos da defesa da comunicadora, o agente de segurança a abordou perguntando se ela era comentarista da GloboNews. Após resposta positiva da comunicadora, a importunação por parte do policial teria tido início. Nesta quinta-feira, 2, o policial foi afastado de suas funções, conforme informou a Secretaria de Segurança Pública.
A colunista da Folha de São Paulo, Mônica Bergamo revelou a identidade do policial civil: Arcenio Scribone Junior. Em seus depoimentos, Arcenio disse que fazia uma crítica ao trabalho da jornalista e negou qualquer prática criminosa.
Relatos oficiais do Boletim de Ocorrência registrado apontam que o policial civil teria dito que a jornalista e a rede Globo seriam responsáveis pela situação que o país vive hoje e que jornalistas como ela “merecem ser aniquiladas”. Na sequência, segundo o relato de testemunhas, o agressor teria xingado Natuza, apesar da mulher que acompanhava o suspeito ter tentado impedi-lo.
A Polícia Militar foi acionada pela jornalista. Um inquérito foi aberto na Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo após a identificação do homem enquanto um agente desta corporação. Conforme revelado pela Secretaria de Segurança Pública, uma investigação administrativa foi aberta, o que levou ao afastamento do agente de suas funções nesta quinta-feira, 2.
Repercussão
A agressão à jornalista com motivações políticas acabou por repercutir no cenário nacional. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, fez publicação em sua conta no X (antigo Twitter) se solidarizando com Natuza. “O ataque sofrido por Natuza Nery, em razão do simples exercício diário de seu ofício, exige pronta resposta do poder público, em especial dos órgãos de persecução penal”, publicou o magistrado.