Júnior Geo, candidato derrotado à prefeitura de Palmas, terminou sua campanha com um déficit de R$980.675,52. Segundo a prestação de contas, disponível no portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a campanha arrecadou um total de R$1.279.470,00, mas as despesas alcançaram R$2.260.145,52, indicando uma disparidade de 76,6% entre o que foi gasto e o que foi arrecadado.


A maior parte dos recursos da campanha veio da Direção Nacional do PSDB, que contribuiu com R$1.070.000,00 (83,63% do total arrecadado). Além disso, Júnior Geo fez uma contribuição pessoal de R$40.000,00 para sua candidatura, outras pessoas físicas também fizeram aportes na campanha, mas não chegou a balancear com as despesas.


Maiores despesas


Entre os principais gastos da campanha, destacam-se:
Assessoria jurídica: R$300.000,00, contratados junto à Solano Donato Advogados Associados.
Material impresso: R$88.370,00, com a Prime Solution Soluções em Impressões Ltda.
Outros materiais complementares: Incluindo R$45.720,00 e R$3.010,00 em diferentes lotes de impressos. Os gastos de campanha do candidato foram, essencialmente, gastos com escritório de advocacia e material gráfico.

Despesas não pagas

As áreas com maior concentração de despesas não pagas são publicidade por materiais impressos, serviços prestados por terceiros e eventos de promoção da candidatura. Essas categorias indicam que a campanha focou fortemente na divulgação e na estruturação da candidatura, mas não conseguiu arcar integralmente com os custos.

Tabela com as despesas contratadas e não pagas | Tabela: fonte TSE

Cenário nacional de dívidas eleitorais

A situação de Júnior Geo reflete uma tendência mais ampla em todo o país, onde candidatos derrotados acumulam grandes dívidas. Segundo levantamento do GLOBO, 1.201 candidatos a prefeito derrotados no primeiro turno acumulam um déficit de R$44 milhões. Em Salvador, Geraldo Júnior (MDB) declarou despesas de R$5,3 milhões, mas arrecadou apenas R$3,7 milhões, resultando em um déficit de R$1,6 milhão.

Riscos e consequências das dívidas eleitorais


Se as dívidas não forem quitadas até o prazo de prestação de contas, em 5 de novembro, os partidos terão de assumir os débitos. Além das dívidas eleitorais, as legendas ainda podem enfrentar multas do TSE por irregularidades no uso do Fundo Partidário e obrigações tributárias. Em 2023, os partidos gastaram R$54,1 milhões para quitar dívidas de campanhas anteriores.