Seduc diz que ex-gestores investigados pela PF deixaram cargos e afirma que contratos com empresa suspeita já estavam suspensos

A Secretaria de Estado da Educação do Tocantins (Seduc) divulgou nota nesta sexta-feira, 31, após a oitava fase da Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal para investigar fraudes em licitações e desvios de cerca de R$ 1,4 bilhão em contratos públicos. A nova etapa teve como alvo o ex-secretário executivo da Educação, Éder Martins Fernandes, conhecido como Edinho Fernandes, além do ex-servidor Ítalo Moreira de Almeida, que também atuou na pasta.

As ações ocorreram em Brasília, São Paulo, Palmas e Gurupi, com mandados autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A operação apura um esquema que, segundo a PF, envolvia articulação política, direcionamento de contratos e desvio de recursos provenientes de emendas parlamentares. Entre os investigados estão ainda o secretário nacional do Podemos, Luiz Cláudio França, e o ex-secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins, Claudinei Quaresemin, sobrinho do ex-governador Mauro Carlesse.

Em nota, a Seduc informou que Edinho Fernandes não exerce mais o cargo de secretário-executivo desde setembro deste ano, e que Ítalo Almeida deixou o quadro funcional em setembro de 2024. A secretaria ressaltou que cumpre integralmente as determinações judiciais relacionadas à operação, incluindo a suspensão de pagamentos à empresa Larclean Saúde Ambiental Ltda., investigada por supostas irregularidades em contratos públicos.

A pasta explicou que a Justiça Federal da Bahia, por meio da 2ª Vara Especializada Criminal, determinou a suspensão de repasses à Larclean, medida cumprida pela secretaria desde dezembro de 2024, quando a empresa foi formalmente comunicada.

“Há impossibilidade legal de liberação de quaisquer valores à empresa em questão, conforme determinações da Justiça Federal”, destacou a Seduc, acrescentando que tem colaborado com as autoridades competentes e adotado medidas administrativas cabíveis no âmbito da investigação.