Tocantins investiga dois casos suspeitos de sarampo em pessoas não vacinadas

22 julho 2025 às 10h28

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O Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO) investigam dois casos de sarampo no município de Campos Lindos, a cerca de 300 km de Palmas. Ambos os pacientes não estavam vacinados e apresentaram sintomas compatíveis com a doença. Os casos envolvem uma criança de quatro anos e uma mulher de 29 anos, profissional de saúde. Amostras laboratoriais preliminares indicaram resultado reagente para IgM, e exames complementares foram encaminhados à Fiocruz, no Rio de Janeiro, para confirmação.
A SES-TO informou que a criança teve contato com pessoas que estiveram recentemente na Bolívia, país que já contabiliza 60 casos da doença neste ano. A mulher, que também não havia sido vacinada, também manifestou os sintomas clássicos do sarampo. Ambas estão em isolamento domiciliar.
A partir da notificação dos casos suspeitos, equipes de vigilância foram enviadas ao município. Na sexta-feira,18, quatro profissionais da SES iniciaram as ações de bloqueio e orientação. Já na segunda-feira 21, mais quatro técnicos da secretaria, acompanhados por profissionais do Ministério da Saúde, reforçaram as medidas, incluindo a vacinação de contatos próximos dos casos e ações de prevenção. A SES-TO também prepara uma nota técnica com orientações para os 139 municípios do estado.
Com esses registros, o Tocantins passa a contabilizar o sexto e o sétimo casos de sarampo confirmados no Brasil em 2025. Os outros ocorreram no Distrito Federal (1), Rio de Janeiro (2), São Paulo (1) e Rio Grande do Sul (1). Apesar dos registros, o Brasil mantém o status de país livre da circulação endêmica da doença, conforme certificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em novembro de 2024.
Vacinação e prevenção
O sarampo é uma infecção viral altamente contagiosa, transmitida por vias respiratórias. Os sintomas incluem febre alta, manchas avermelhadas pelo corpo, tosse, coriza e conjuntivite. A transmissão pode ocorrer de seis dias antes até quatro dias após o surgimento dos sinais. Em casos mais graves, pode levar a complicações como pneumonia, encefalite e até óbito.
A principal forma de prevenção é a vacinação, oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No Tocantins, mais de 300 salas de vacinação estão abastecidas com a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) e a tetraviral (que inclui também varicela). A cobertura vacinal, no entanto, ainda está abaixo da meta: em 2024, 93% das pessoas receberam a primeira dose e apenas 80% completaram o esquema vacinal. Em 2025, os índices até agora são de 86% (primeira dose) e 55% (segunda dose). A meta é vacinar 95% da população-alvo.
A vacina é indicada para pessoas de 12 meses a 59 anos. Crianças devem receber as doses aos 12 e 15 meses. Em situações de surto, como a atual, a imunização pode ser antecipada para crianças de seis meses a um ano. Adolescentes e adultos que não foram vacinados ou têm esquema incompleto devem procurar uma unidade de saúde para atualização.
Outras medidas de controle
Além da vacinação, o isolamento domiciliar é recomendado para casos suspeitos ou confirmados, especialmente nos quatro dias após o surgimento das manchas pelo corpo. O objetivo é evitar a transmissão a pessoas vulneráveis, como bebês e gestantes.
Outras recomendações incluem higienização das mãos, uso de lenços descartáveis, distanciamento em ambientes de saúde, e cuidados com a etiqueta respiratória, como cobrir a boca ao tossir ou espirrar.
A SES-TO reforça que não existe tratamento específico para o sarampo e os medicamentos são utilizados apenas para aliviar os sintomas. Em caso de suspeita, a orientação é procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo para avaliação e conduta médica adequada.