Tocantins tem demanda reprimida de 127 mil autorizações de internação hospitalar, diz CNM
14 setembro 2024 às 15h48
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A demanda reprimida de procedimentos ambulatoriais e hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS) é um problema nacional, e no Tocantins essa questão também é crítica. No âmbito nacional, o estudo revela que, entre 2020 e 2023, 481,6 milhões de procedimentos deixaram de ser realizados, incluindo cirurgias eletivas, consultas especializadas e exames complementares. O valor estimado para cobrir essa demanda reprimida, considerando os custos de procedimentos ambulatoriais e hospitalares, é de aproximadamente R$ 8,6 bilhões. O levantamento foi conduzido pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) em 2024.
O Programa Nacional de Redução de Filas (PNRF), criado em 2023, recebeu um financiamento de R$ 1,2 bilhões para 2024, mas ainda não conseguiu suprir completamente a necessidade. O Tocantins, especificamente, apresentou uma demanda reprimida com mais de 127 mil Autorizações de Internação Hospitalar (AIH) não realizadas entre 2020 e 2023. Além disso, o custo necessário para realizar todos esses procedimentos é estimado em mais de R$ 152 milhões, destacando a necessidade de maiores investimentos e ampliação do PNRF no estado para atender à população de forma mais eficiente.
No cenário nacional, a redução de leitos hospitalares e o impacto da pandemia de Covid-19 agravaram o cenário de fila de espera para cirurgias e procedimentos ambulatoriais. No Tocantins, como em outros estados, a fila de espera é longa, e mesmo com o aumento do financiamento público, os recursos ainda são insuficientes para zerar essa demanda acumulada.
Pesquisa
O estudo tem como principal objetivo medir a demanda reprimida de procedimentos no Sistema Único de Saúde (SUS). Além de quantificar essa demanda não atendida, o estudo busca estimar o custo financeiro necessário para realizar todos os procedimentos acumulados ao longo dos anos, fornecendo uma base para o planejamento de políticas públicas e alocação de recursos.
Para a elaboração deste levantamento, a CNM utilizou dados oficiais do Ministério da Saúde, coletados por meio de sistemas de informação como o SIA/SUS (Sistema de Informação Ambulatorial) e o SIH/SUS (Sistema de Informação Hospitalar). Foram analisados os procedimentos realizados entre os anos de 2013 e 2023, sendo comparados a valores estimados caso a pandemia da Covid-19 não tivesse ocorrido. A metodologia incluiu a coleta de dados por unidade federativa e município.
O estudo utiliza como base a taxa média de crescimento anual de procedimentos de 2013 a 2019 para projetar o volume que teria sido esperado entre 2020 e 2023, em um cenário sem pandemia. A diferença entre os valores estimados e os realizados durante esse período é definida como a demanda reprimida. Além disso, foram estimados os custos financeiros com base nos valores da Tabela SUS, usada pelo governo federal para calcular os pagamentos por procedimentos realizados.