O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) divulgou, nesta quarta-feira, 9, uma nova atualização do Cadastro de Empregadores responsabilizados por submeter trabalhadores a condições análogas à escravidão. Conhecido como “Lista Suja”, o documento incluiu 248 novos nomes, o maior número de registros desde a criação do cadastro. Entre os novos casos está o do Eduardo Lopes Pereira, proprietário da Fazenda Duas Marias I, na zona rural de Rio Sono.

A inclusão é resultado de uma fiscalização realizada em 2023, quando uma equipe do Ministério do Trabalho resgatou sete trabalhadores em condições degradantes. Segundo o relatório desta fiscalização, todos eram homens, não tinham registro em carteira e viviam em barracos improvisados de lona, sem qualquer estrutura básica para higiene, alimentação ou segurança. Eles trabalhavam no cultivo de plantações de soja.

Com esse novo caso, o Tocantins passa a ter sete nomes na Lista Suja, envolvendo diferentes regiões e atividades econômicas, como o agronegócio, a produção de carvão vegetal e a construção civil. Confira os empregadores já registrados:

  • Alysson Fiuza Alves
    Fazenda Esperança – Paraíso do Tocantins
    Ano de inclusão: 2023 | 2 trabalhadores resgatados
  • Dourivan Conceição de Sousa
    Assentamento Chaparral II – Pau D’Arco
    Ano de inclusão: 2024 | 1 trabalhador resgatado
  • Eduardo Lopes Pereira
    Fazenda Duas Marias I – Rio Sono
    Ano de inclusão: 2025 | 7 trabalhadores resgatados
  • Império Verde Indústria e Empreendimentos LTDA
    Fazenda Prata – Darcinópolis
    Ano de inclusão: 2024 | 1 trabalhador resgatado
  • Pacheco Engenharia e Construções LTDA
    Fazenda Novo Lar – Araguaçu
    Ano de inclusão: 2024 | 23 trabalhadores resgatados
  • Raulindo Teodoro da Silva
    Rodovia Monte Santo – Monte Santo do Tocantins
    Ano de inclusão: 2023 | 15 trabalhadores resgatados
  • RC Distribuidora LTDA
    Fazenda Sagrada Família – Centenário
    Ano de inclusão: 2024 | 7 trabalhadores resgatados
Interior do barraco – Foto: Divulgação/MTE

A “Lista Suja” é atualizada a cada seis meses e traz à tona os resultados de ações fiscais coordenadas por auditores do Ministério do Trabalho, muitas vezes em parceria com a Polícia Federal, Ministério Público do Trabalho, Defensoria Pública da União e outras instituições. A inclusão no cadastro só acontece após decisão administrativa final, com garantia de ampla defesa aos empregadores autuados.

A medida busca dar transparência e reforçar o compromisso do Brasil com o enfrentamento das formas contemporâneas de escravidão. Um dos os compromissos firmados na Agenda 2030 da ONU, prevê a erradicação do trabalho forçado até 2030 e o fim de todas as formas de trabalho infantil até 2025.

Denúncias de trabalho escravo podem ser feitas, de forma anônima e segura, pelo Sistema Ipê, disponível no site do Ministério do Trabalho e Emprego.