O tempo médio de espera por uma consulta médica no Sistema Único de Saúde (SUS) no Tocantins é de 73 dias, de acordo com dados do Ministério da Saúde compilados pelo perfil Brasil em Mapas. O estado está bem acima da média nacional, que é de 57 dias, e figura entre os que têm maior demora no atendimento.

Com esse tempo, o Tocantins está na mesma faixa de estados como Pernambuco e Alagoas, que também registram 73 dias de espera. Os piores resultados são do Distrito Federal, com média de 150,3 dias, e de Rondônia, com 102 dias.

Na outra ponta, os estados com melhor desempenho são Piauí (10,8 dias), Paraíba (12 dias) e Ceará (13 dias).

O levantamento considera o tempo médio de espera por uma consulta médica geral, tanto para procedimentos ambulatoriais quanto hospitalares. O tempo para cirurgias, segundo os dados, pode chegar a uma média de 634 dias.

O que diz o Ministério da Saúde

Em resposta aos dados sobre o tempo médio de espera no SUS, o Ministério da Saúde informou que a redução desse tempo é uma prioridade desde 2023. A pasta reconhece que a espera por consultas e exames ainda é um dos principais desafios da saúde pública, mas destaca que já foram registrados avanços importantes.

Segundo o ministério, em 2024, mais de 14 milhões de brasileiros realizaram cirurgias pelo SUS — número considerado um recorde histórico. Houve um crescimento de 37,5% nos procedimentos cirúrgicos eletivos em relação a 2022, totalizando quase 3,9 milhões de cirurgias a mais.

Ainda de acordo com a pasta, o Programa Nacional de Redução de Filas viabilizou mais de 1,34 milhão de cirurgias em 2024, cobrindo cerca de 99% da fila declarada pelos estados no início do ano. O governo federal também criou o Programa Mais Acesso a Especialistas, com o objetivo de agilizar o atendimento e integrar consultas, exames e diagnósticos, eliminando a lógica anterior de filas separadas para cada procedimento.

Inicialmente, o programa priorizou áreas com maior demanda, como cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia, ortopedia e oncologia. No caso do tratamento oncológico, o tempo entre a primeira consulta e o diagnóstico deve ser de no máximo 30 dias. Para as demais especialidades, o prazo previsto é de até 60 dias.

Todos os estados e 99,3% dos municípios já aderiram ao programa, cujos planos regionais de ação estão em andamento em 86,6% das Regiões de Saúde do país. A estimativa é de que mais de 9,2 milhões de pessoas sejam beneficiadas em um ano com a realização de exames e consultas.

O Ministério da Saúde também afirma estar oferecendo apoio técnico e financeiro às secretarias estaduais e municipais, com manuais, cursos e orientações para garantir a execução das ações previstas. 

Por fim, a pasta lembra que a responsabilidade pela gestão das filas é dos estados e municípios, mas informa que, a partir do segundo semestre de 2025, será obrigatória a integração dos registros de regulação assistencial à Rede Nacional de Dados em Saúde. A medida deve permitir um retrato mais fiel das filas de espera, tanto para consultas e exames quanto para cirurgias.

Confira o tempo médio de espera por estado:

  1. Piauí – 10,8
  2. Paraíba – 12
  3. Ceará – 13
  4. Sergipe – 17
  5. Rio Grande do Norte – 20
  6. Amapá – 24
  7. Espírito Santo – 26
  8. Roraima – 28
  9. Maranhão – 31
  10. Rio de Janeiro – 31
  11. Pará – 34
  12. Amazonas – 37
  13. Minas Gerais – 42
  14. Acre – 43
  15. Goiás – 44
  16. Santa Catarina – 56
  17. Bahia – 66
  18. Paraná – 67
  19. Tocantins – 73
  20. Pernambuco – 73
  21. Alagoas – 73
  22. Mato Grosso do Sul – 76
  23. Mato Grosso – 76
  24. Rio Grande do Sul – 78
  25. São Paulo – 83
  26. Rondônia – 102
  27. Distrito Federal – 150