Tocantins tem tempo médio de espera de 73 dias por uma consulta no SUS

05 abril 2025 às 10h55

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O tempo médio de espera por uma consulta médica no Sistema Único de Saúde (SUS) no Tocantins é de 73 dias, de acordo com dados do Ministério da Saúde compilados pelo perfil Brasil em Mapas. O estado está bem acima da média nacional, que é de 57 dias, e figura entre os que têm maior demora no atendimento.
Com esse tempo, o Tocantins está na mesma faixa de estados como Pernambuco e Alagoas, que também registram 73 dias de espera. Os piores resultados são do Distrito Federal, com média de 150,3 dias, e de Rondônia, com 102 dias.
Na outra ponta, os estados com melhor desempenho são Piauí (10,8 dias), Paraíba (12 dias) e Ceará (13 dias).
O levantamento considera o tempo médio de espera por uma consulta médica geral, tanto para procedimentos ambulatoriais quanto hospitalares. O tempo para cirurgias, segundo os dados, pode chegar a uma média de 634 dias.
O que diz o Ministério da Saúde
Em resposta aos dados sobre o tempo médio de espera no SUS, o Ministério da Saúde informou que a redução desse tempo é uma prioridade desde 2023. A pasta reconhece que a espera por consultas e exames ainda é um dos principais desafios da saúde pública, mas destaca que já foram registrados avanços importantes.
Segundo o ministério, em 2024, mais de 14 milhões de brasileiros realizaram cirurgias pelo SUS — número considerado um recorde histórico. Houve um crescimento de 37,5% nos procedimentos cirúrgicos eletivos em relação a 2022, totalizando quase 3,9 milhões de cirurgias a mais.
Ainda de acordo com a pasta, o Programa Nacional de Redução de Filas viabilizou mais de 1,34 milhão de cirurgias em 2024, cobrindo cerca de 99% da fila declarada pelos estados no início do ano. O governo federal também criou o Programa Mais Acesso a Especialistas, com o objetivo de agilizar o atendimento e integrar consultas, exames e diagnósticos, eliminando a lógica anterior de filas separadas para cada procedimento.
Inicialmente, o programa priorizou áreas com maior demanda, como cardiologia, oftalmologia, otorrinolaringologia, ortopedia e oncologia. No caso do tratamento oncológico, o tempo entre a primeira consulta e o diagnóstico deve ser de no máximo 30 dias. Para as demais especialidades, o prazo previsto é de até 60 dias.
Todos os estados e 99,3% dos municípios já aderiram ao programa, cujos planos regionais de ação estão em andamento em 86,6% das Regiões de Saúde do país. A estimativa é de que mais de 9,2 milhões de pessoas sejam beneficiadas em um ano com a realização de exames e consultas.
O Ministério da Saúde também afirma estar oferecendo apoio técnico e financeiro às secretarias estaduais e municipais, com manuais, cursos e orientações para garantir a execução das ações previstas.
Por fim, a pasta lembra que a responsabilidade pela gestão das filas é dos estados e municípios, mas informa que, a partir do segundo semestre de 2025, será obrigatória a integração dos registros de regulação assistencial à Rede Nacional de Dados em Saúde. A medida deve permitir um retrato mais fiel das filas de espera, tanto para consultas e exames quanto para cirurgias.
Confira o tempo médio de espera por estado:
- Piauí – 10,8
- Paraíba – 12
- Ceará – 13
- Sergipe – 17
- Rio Grande do Norte – 20
- Amapá – 24
- Espírito Santo – 26
- Roraima – 28
- Maranhão – 31
- Rio de Janeiro – 31
- Pará – 34
- Amazonas – 37
- Minas Gerais – 42
- Acre – 43
- Goiás – 44
- Santa Catarina – 56
- Bahia – 66
- Paraná – 67
- Tocantins – 73
- Pernambuco – 73
- Alagoas – 73
- Mato Grosso do Sul – 76
- Mato Grosso – 76
- Rio Grande do Sul – 78
- São Paulo – 83
- Rondônia – 102
- Distrito Federal – 150