As aulas da rede municipal começaram há um mês e a Prefeitura de Palmas, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), anunciou a normalização do serviço de transporte escolar na capital. Após diversos impasses envolvendo o Ministério Público do Tocantins (MPTO) devido a falhas graves na prestação de serviços pela empresa CNIT Serviços de Transporte LTDA, centenas de alunos da rede municipal ficaram sem transporte escolar. No primeiro semestre deste ano, muitos alunos perderam aulas por causa da ineficiência ou ausência do transporte escolar. Pais e professores confirmam que o problema foi solucionado, com os ônibus voltando a circular. No entanto, ocasionalmente, quando há algum atraso no transporte, os pais ficam sem informações devido à falta de comunicação com a empresa responsável.

Alguns pais relatam que motoristas e coordenadores foram instruídos a deixar os grupos de WhatsApp em que os pais estavam, dificultando a comunicação e o monitoramento dos estudantes, principalmente em casos de atrasos ou problemas técnicos nos ônibus.

Maria Madalena Fernandes, mãe de três filhos que utilizam o transporte escolar e moradora do setor Lago Norte, afirma que, embora as reposições de aulas e o transporte tenham sido regularizados, a empresa que presta o serviço deixa a desejar, especialmente na comunicação com os pais: “Quando queremos saber de algo, não somos informados. Eles não nos avisam de nada. A monitora e o motorista são proibidos de dar qualquer informação.”

Maria também relatou que os pais acabaram desenvolvendo um sistema próprio para acompanhar o trajeto dos ônibus. Quando ocorre algum imprevisto, os pais informam uns aos outros sobre o percurso do ônibus: “Eles não nos avisam de nada. Então, os pais acabam se ajudando. Um avisa no grupo: ‘Olha, o ônibus já passou hoje.’ Vamos nos comunicando desde a primeira parada até o fim. Isso porque soube que proibiram a monitora, que acompanha as crianças no ônibus, e o motorista de dar qualquer informação. Se falarem algo, dizem que serão demitidos.”

Outro pai, que preferiu não ser identificado, afirmou que, desde o início do ano, os estudantes enfrentam problemas com o transporte: “Às vezes, a empresa é desligada ou os funcionários não recebem seus salários. Recentemente, demitiram uma monitora, que era o elo de ligação entre os pais e o trajeto do ônibus.”

A nova monitora, que participava de um grupo de WhatsApp com os pais, também foi obrigada a sair: “A monitora foi obrigada a sair do grupo de pais. Esse grupo era essencial para sabermos se o ônibus atrasou, quebrou ou se houve algum imprevisto. Agora estamos no escuro, sem saber se as crianças chegaram à escola ou se conseguiram pegar o ônibus.”

O mesmo problema relatado por Maria foi mencionado pelo outro pai, destacando a falta de comunicação: “Já houve casos de crianças chegarem em casa às 9 horas da noite porque o ônibus as levou, mas não voltou para buscá-las”, disse o pai.