A Universidade Federal do Tocantins (UFT) está entre as instituições que devem receber mais recursos de emendas parlamentares em 2025, com previsão de R$ 26,3 milhões, segundo levantamento do Observatório do Conhecimento. Boa parte desses valores deve ser aplicada em obras, incluindo a construção do hospital universitário, orçado em aproximadamente R$ 300 milhões. Apenas em 2024, a instituição conseguiu captar R$ 5 milhões para esse projeto e espera receber outros R$ 25 milhões neste ano.

De acordo com o vice-reitor da UFT, Marcelo Leineker, a redução drástica dos recursos de capital transferidos pelo Ministério da Educação (MEC), que passaram de mais de R$ 10 milhões em 2014 para cerca de R$ 1 milhão nos últimos anos, levou a universidade a recorrer cada vez mais às emendas parlamentares. Esses recursos têm sido usados tanto para concluir obras paralisadas quanto para apoiar atividades de pesquisa e extensão.

Ele afirma que a UFT mantém diálogo constante com a bancada federal do Tocantins para garantir apoio. “Como o estado tem poucos habitantes, há uma proximidade maior entre parlamentares e instituições. Todo fim de ano apresentamos um portfólio de demandas, priorizando obras e projetos estratégicos para a universidade”, disse.

O uso de emendas parlamentares no financiamento das universidades federais vem crescendo em todo o país. Em 2014, elas representavam 0,8% do orçamento das instituições; em 2025, devem chegar a 7,2%. Só neste ano, dos R$ 7,89 bilhões previstos na Lei Orçamentária Anual (LOA) para as 69 universidades federais, R$ 571 milhões são provenientes de emendas.

No Tocantins, além do hospital universitário, a expectativa é que os recursos também reforcem a infraestrutura e a continuidade de projetos de pesquisa e extensão.

Em janeiro, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que União e estados apresentassem regras claras de prestação de contas sobre o uso desses repasses. Em resposta, o MEC publicou portaria em fevereiro com orientações específicas para universidades e fundações de apoio, exigindo maior transparência na execução dos recursos

*Com informações da Pesquisa Faesp