Único preso da Operação Sisamnes no Tocantins, Thiago Marcos Barbosa troca de advogado

25 julho 2025 às 16h36

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Preso desde 18 de março deste ano, o advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, sobrinho do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), ainda aguarda a análise de um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF). Com a soltura do prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), no último dia 17, e a liberação do policial civil Marco Albernaz e do também advogado Antônio Ianowich nesta quinta-feira, 24, Thiago é o único investigado da Operação Sisamnes no Tocantins que permanece preso.
Sem retorno do advogado Luiz Francisco, ex-promotor de Justiça que era responsável pelo caso, desde o dia 30 de junho, o Jornal Opção Tocantins entrou em contato com a esposa de Thiago, Evellin Faquini, para comentar o andamento do processo. À reportagem, ela informou que um novo advogado, sediado em Brasília, está providenciando a cópia dos autos no STF para assumir o caso.
Questionada sobre se a troca de defesa teria sido motivada pela falta de êxito nos pedidos de soltura, Evellin afirmou que a família não irá comentar o assunto. “O novo advogado está, no momento, se inteirando da situação do processo e, quando estiver tudo ok, vai se pronunciar”, disse.
Investigação
A Operação Sisamnes foi deflagrada a partir da investigação de mensagens encontradas no celular do advogado Roberto Zampieri, assassinado em setembro de 2023 em Cuiabá (MT). Essas mensagens indicavam um possível esquema de compra de decisões judiciais e vazamento de informações confidenciais, o que levou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a acionar a Polícia Federal. A partir daí, a investigação se expandiu, culminando na operação autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do STF.
Segundo a Polícia Federal, Thiago Barbosa era suspeito de fazer parte de uma rede composta por advogados, empresários, servidores públicos, lobistas e magistrados, que supostamente monitorava ilegalmente investigações sensíveis, repassava informações sigilosas e influenciava decisões judiciais de forma ilícita. Até sua prisão, Thiago exercia função de assessor jurídico no Ministério Público do Tocantins (MPTO), no gabinete do procurador de Justiça Ricardo Vicente, também investigado.
Thiago está na Unidade Penal Regional de Palmas (UPRP). Tentou ser transferido para a cela especial do Quartel do Comando Geral (QCG), mas não conseguiu por no momento da prisão estar com a inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) desativada desde 2020 por ter se licenciado para atuar no MPTO. Já na prisão, ainda em março, ele tentou reabrir via mandado de segurança, o pedido chegou a ser negado pela Justiça. No entanto, a inscrição foi ativada adminstrativamente pela OAB ainda em abril. O pedido passou pelo processo de análise da Comissão de Discrição e Ordem da OAB e recebeu o crivo da entidade. No entanto, o STF não concedeu a transferência para a Sala de Estado Maior da PM.