O deputado federal Vicentinho Júnior (PP) escolheu unir religião e política em um gesto calculado. A tradicional Romaria do Senhor do Bonfim, em Natividade, serviu como pano de fundo para o lançamento da sua pré-candidatura ao Senado.

Romeiro há mais de 25 anos, Vicentinho aproveitou o peso simbólico da tradição para marcar sua estratégia. Antes de partir, na quinta-feira, 14, reuniu apoiadores, prefeitos e lideranças políticas em uma roda de oração ao lado da senadora Dorinha Seabra (União Brasil) e da primeira-dama de Palmas, Polyana Siqueira, esposa do prefeito Eduardo Siqueira Campos (Podemos). Foi neste momento que o deputado respondeu a críticas sobre misturar fé e política:

“Ouvi comentários pejorativos sobre eu lançar minha pré-candidatura no dia do Senhor do Bonfim. Mas a minha política e a minha fé são uma coisa só. Não existe local mais apropriado, com as pessoas mais importantes, para eu estar entregando esse propósito, esse projeto, nas mãos de Deus”, disse.

Nos bastidores, ao Jornal Opção Tocantins, questionado sobre seu grupo político, o deputado foi fez questão de ressaltar que não governa “prefeitos como propriedade”. Citou até os dois irmãos que hoje administram cidades, o Dr. Thiago Tapajós, prefeito de Pindorama, e Neto Aires, prefeito de Ipueiras, lembrando que não os trata como se fossem prefeitos dele. O recado foi de humildade: prefere se colocar como alguém que anda o Estado em busca de diálogo, que trata um gestor municipal da mesma forma que um cidadão comum disposto a somar uma ideia.

“Eu convivo respeitosamente com boa parte dos gestores do Estado do Tocantins”, afirmou.

Outra linha da fala foi a de prestação de contas. Disse que, ao longo de três mandatos, não há cidade do Tocantins sem a marca do seu trabalho. Aproveitou para emendar uma espécie de mantra que tem repetido em entrevistas: suas casas em Palmas e em Brasília, assim como seu gabinete, estão sempre de portas abertas para quem tratar o Tocantins com respeito. O discurso soa como sinal de que a pré-candidatura não é de exclusão, mas de composição.