Diante do anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, o Governo do Tocantins afirmou, por meio de nota oficial, que acompanha atentamente os desdobramentos da medida e espera que a diplomacia brasileira consiga reverter o decreto antes da entrada em vigor, prevista para o dia 1º de agosto deste ano.

O comunicado foi enviado em resposta a questionamentos feitos pelo Jornal Opção Tocantins aos secretários Carlos Humberto Duarte de Lima e Silva (Indústria, Comércio e Serviços) e Jayme Café (Agricultura, Pecuária e Aquicultura), sobre o impacto da taxação para o setor produtivo tocantinense, em especial nas áreas da agropecuária e indústria de exportação.

Segundo o governo estadual, caso a taxação seja mantida, já estão em curso estudos sobre mercados alternativos para a venda dos produtos tocantinenses, em articulação com representantes do setor produtivo, como forma de minimizar os impactos negativos da medida norte-americana.

O Governo do Estado, juntamente com o setor produtivo, já estuda mercados alternativos para a venda dos produtos tocantinenses, visando minimizar os impactos negativos do decreto norte-americano

A taxação anunciada por Trump, que desde que voltou à Casa Branca busca colocar políticas protecionistas em evidêcnia, tem potencial de atingir diretamente exportações brasileiras do agronegócio e produtos industriais. Para o Tocantins, que nos últimos anos ampliou suas relações comerciais internacionais, o novo cenário acende o alerta em cadeias como soja, milho, carnes e derivados industriais.

O Estado ainda não detalhou quais mercados estão sendo mapeados como alternativas, tampouco confirmou a existência de diálogos com o governo federal ou entidades de comércio exterior, pontos questionados pela reportagem. A expectativa agora recai sobre as ações diplomáticas do Itamaraty nas próximas semanas, e sobre uma eventual mobilização conjunta dos estados exportadores. A medida anunciada por Trump já provocou forte repercussão política e econômica no Brasil.

Safrinha

Em meio ao conflito comercial que escala, o Governo do Tocantins divulgou nessa quarta-feira, 9, que o estato registrou a maior safra de milho segunda safra (safrinha) da sua história, com uma produção estimada de 2,12 milhões de toneladas, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A área plantada chegou a 405 mil hectares no ciclo 2024/2025, superando o recorde anterior da safra 2022/2023, que havia alcançado 373 mil hectares. Segundo técnicos da Secretaria Estadual da Agricultura e Pecuária (Seagro), o avanço é resultado de condições climáticas favoráveis, uso de tecnologias de manejo e investimentos em sementes e insumos de maior eficiência.