Professor não quer flores no Dia 15 de Outubro — quer respeito, diálogo e o PCCR!

06 outubro 2025 às 09h00

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Por: Fernando Maciel Vieira
Todo ano, no dia 15 de outubro, ouvimos o mesmo refrão:
“Professor é a profissão que forma todas as outras.”
Mas este ano, queremos mais do que frases prontas e homenagens simbólicas. Queremos o que é de direito: o nosso PCCR — Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração.
Não pedimos favores, pedimos respeito.
Não pedimos discursos, pedimos diálogo.
Não queremos aplausos, queremos ação.
Convocamos toda a sociedade tocantinense — pais, alunos, sindicatos, médicos, advogados, pedreiros, jornalistas, donas de casa, servidores e cidadãos de bem — a se unir a nós nessa causa.
A luta pelo PCCR não é apenas dos professores. É da educação, e portanto, é de todos.
Queremos que o governo e a Assembleia Legislativa nos recebam.
Queremos que o governador caminhe conosco — do Palácio até a Assembleia — levando o PCCR nas mãos, pronto para ser votado.
Queremos olhar nos olhos de quem decide e dizer: chega de promessas. Queremos soluções.
“Quando o político é A, há um grupo de professores que o defende; quando o político é B, outro grupo faz o mesmo. Quando deixaremos de defender o político A ou B para defendermos a nossa classe?”
— Professora Kátia Viviany da Silva Cardoso Sousa
Não se trata de partidarismo. Trata-se de justiça. De dignidade.
Quem assumiu o governo sabia das nossas pautas — afinal, já estava no poder como vice.
O tempo passou, e o silêncio só aumentou.
“Desde o ano passado, no Dia do Professor, quando houve o aumento da polícia, deveríamos ter intensificado a pressão. Mas, antes tarde do que nunca.”
— Professora Giselia Cristina Rosa
Onze anos.
São onze anos sem uma reformulação justa no nosso PCCR.
As propostas que circulam até agora pouco valorizam quem realmente carrega a educação nas costas: os professores em sala de aula, especialmente os que tomaram posse em 2023.
Queremos 80% de gratificação de regência para quem enfrenta a realidade diária do chão da escola.
Queremos vale-alimentação digno, porque comer também é um direito básico.
Queremos condições de trabalho humanas, não heróicas.
“Os profissionais da educação precisam ser valorizados com salários dignos e condições mínimas de trabalho! PCCR, já!”
— Professora da rede estadual
Mas nossa luta vai além da pauta salarial.
Queremos tempo para ensinar, pensar e planejar — e não sermos sufocados por sistemas e plataformas que drenam nossa energia e roubam nossa saúde mental.
O SGE e outros sistemas impostos de guela abaixo, sem diálogo e sem considerar a realidade das escolas, transformaram o ato de educar em um labirinto burocrático.
Hoje, passamos mais tempo alimentando sistemas do que alimentando mentes.
Mais tempo preenchendo planilhas do que planejando aulas.
Mais tempo cumprindo metas digitais do que inspirando pessoas reais.
A educação não pode continuar sendo refém da burocracia e do descaso.
A saúde mental dos professores está em colapso — e o que se chama de “inovação” virou sobrecarga.
Educar não é apertar botões. É tocar vidas.
E isso só é possível quando há tempo, estrutura, diálogo e respeito.
Convocação final: sociedade civil, alunos e mídia, esta luta é de todos.
A educação tocantinense grita por socorro.
E desta vez, pedimos que a sociedade grite conosco.
Chamamos os alunos a entender que defender o professor é defender o próprio futuro.
Chamamos os pais e mães a somarem suas vozes.
Chamamos a mídia a olhar para além dos discursos oficiais e mostrar a verdade das salas de aula.
Chamamos os sindicatos, servidores e cidadãos de bem a se unirem em um único coro:
“Respeitem os professores!”
Mandem e-mails, compartilhem, comentem, cobrem dos deputados, dos secretários, do governador.
Não queremos ser ignorados mais um 15 de outubro.
Queremos ser recebidos, ouvidos e respeitados.
Queremos o PCCR em mãos — votado, aprovado e aplicado.
Chamada final:
Sociedade tocantinense, nos ajude.
Sem vocês, continuaremos na mesma sala de espera de sempre —
ouvindo promessas, enquanto o futuro do Tocantins repete de ano.
Neste 15 de outubro, não nos tragam flores.
Tragam voz, presença e solidariedade.
Porque sem professor valorizado, não há futuro possível.