Que a direita esteja viva e atuante em Palmas é mais do que certo. No entanto, o bolsonarismo, movimento da direita com o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) como padrinho político, acaba de ser sepultado com a derrota de Janad Valcari (PL) para Eduardo Siqueira Campos (Podemos) neste segundo turno.

Eduardo foi eleito prefeito de Palmas com 100% das urnas apuradas, recebendo 78.673 votos (53,03%). Janad Valcari obteve 69.684 votos (46,97%), resultando em uma diferença de 8.989 votos (6,06%). A disputa foi acirrada, mas a popularidade do sobrenome Siqueira Campos prevaleceu, refletindo sua forte presença no imaginário do tocantinense. 

Bolsonaro esteve em Palmas por duas vezes, sendo a última neste sábado, 26, para tentar angariar votos para Janad, mas aparentemente isso não teve apelo entre os eleitores, que ou se abstiveram, não votaram, e escolheram votar branco ou nulo, além de, claro, eleger Eduardo.

Eduardo até mencionou seu relacionamento político com Bolsonaro durante a filiação do ex-presidente ao PDC, partido liderado por seu pai, José Wilson Siqueira Campos, nos anos 90. O ex-governador, em seu último ano de vida, era filiado ao PL, partido do ex-presidente. Eduardo usou esse fato para afirmar que tinha proximidade com Bolsonaro durante o último debate.

No primeiro turno, realizado em 6 de outubro, Janad liderou com 39,22% dos votos válidos, enquanto Eduardo ficou com 32,42%. Com essa reeleição, Eduardo, que já havia sido primeiro prefeito eleito e governou a cidade entre 1993 e 1996, se torna o oitavo prefeito desde a criação de Palmas em 1990.

No fim das contas, o que se vê é que a nostalgia e a força do legado de Siqueira Campos superaram o bolsonarismo, mostrando que, em Palmas, a história e a memória coletiva têm grande peso. O bolsonarismo pode até ter tentado enraizar-se, mas não conseguiu resistir ao apelo da história da criação de Palmas e do Estado, que ainda ecoa na mente do eleitor palmense.