Mesmo com veículo disponibilizado pela Assembleia, deputada gasta R$ 112 mil com locações

21 julho 2025 às 11h12

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A deputada estadual Cláudia Lelis (PV) empenhou, nos seis primeiros meses de 2025, R$ 112.700,00 com serviços de locação de veículos vinculados ao seu gabinete parlamentar. Os dados constam na Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Codap) da Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto).
Entre janeiro e fevereiro, a despesa foi com a empresa VL Locações de Máquinas e Veículos Ltda, que recebeu R$ 38,2 mil. A partir de março, os serviços passaram a ser prestados pela Mendes Locações e Consultoria Ltda, com pagamentos mensais que somam R$ 74,5 mil até junho. Os valores variam entre R$ 18 mil e R$ 20,2 mil por mês. As duas empresas pertencem a Ronaldo Mendes Borges.
O uso da verba é legal, previsto em resolução da própria Assembleia, e pode ser reembolsado mediante apresentação de notas fiscais e justificativas. Procurada pelo Jornal Opção Tocantins, a deputada Cláudia Lelis respondeu que dois veículos foram locados para “atender às demandas do gabinete e garantir atendimento nos mais de 60 municípios onde há atuação parlamentar”.
A escolha das empresas, segundo ela, seguiu “o melhor custo-benefício, dentro da legalidade e da transparência”. A parlamentar acrescentou que os contratos obedecem ao parâmetro de 10% abaixo da média da tabela FIPE, como determina o Regimento Interno da Casa.
Veículo oficial à disposição
A contratação de locadoras pelo gabinete chama atenção porque a própria Assembleia oferece um carro oficial por gabinete, com custos cobertos pelo Legislativo. Em março, a Aleto abriu licitação para locar 46 veículos, 24 deles destinados exclusivamente aos gabinetes parlamentares. O contrato foi vencido pela Locadora de Veículos Araguaia, que pertence ao empresário e pecuarista, Osemar Mousinho, com valor total de R$ 3,6 milhões. Ao todo, foram 31 Hillux (R$ 8.096,78 cada), 5 Corollas (R$ 4.700 cada) e 10 Polos (R$ 2.550), todos novos, com quilometragem livre e sem motorista, por um período de 12 meses.
Em nota enviada à reportagem na ocasião, a Assembleia justificou a medida como forma de garantir que deputados e suas equipes tenham condições adequadas de deslocamento no cumprimento das funções institucionais. A Casa de Leis argumentou que a terceirização da frota é uma alternativa mais eficiente do que manter veículos próprios, e que o modelo reduz custos com IPVA, seguro, manutenção e substituição de carros avariados.