Filho de Toinho Andrade tem quebra de sigilo em investigação sobre rachadinha

30 julho 2024 às 17h30

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O vereador de Porto Nacional, Tony Andrade (PSD), teve seu sigilo bancário quebrado em decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO). Tony Andrade é filho do pré-candidato a prefeito de Porto Nacional, o deputado federal Toinho Andrade (Repu), que também foi investigado por suspeitas de peculato e do esquema conhecido como “rachadinha”, onde parte do salário dos assessores parlamentares são “devolvidos” para ele. O pedido de quebra de sigilo foi feito pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO) e acatado por unanimidade pelo TJTO ainda no mês de junho, mas ganhou repercussão nesta terça, 30, quando foi repercutido na imprensa nacional.
Tony já havia sido ouvido pela primeira vez sobre o suposto esquema ainda em 2019, já no exercício do mandato de vereador por Porto Nacional. O interrogatório foi conduzido na época pela Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública (Dracma) como parte das investigações da Operação Catarse, que apurava a existência de servidores fantasmas em gabinetes da Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto). Durante o interrogatório, o vereador optou por permanecer em silêncio.
No decorrer das investigações, “servidores fantasmas” teriam dito que “estariam devolvendo 80% de seus salários” ao filho do então deputado estadual, Toinho Andrade, o vereador Tony Andrade.
Além de Tony Andrade, a quebra de sigilo também inclui Franklin Delano, ex-funcionário do gabinete de Toinho Andrade (pai). De acordo com as investigações, foram feitas 56 transferências bancárias entre o deputado, o filho e o ex-funcionário, totalizando R$155 mil.
A desembargadora e relatora do caso, Ângela Prudente, destacou que há “sérios indícios da prática de atos de improbidade, sob a vertente do esquema conhecido como rachadinha.” A defesa do deputado, no entanto, alegou que as transferências foram fruto da venda de gado.
O pré-candidato afirmou sobre o caso que “a conduta sempre foi pautada na ética”, e que vai recorrer da decisão do TJ. “O deputado reafirma que sempre se colocou à disposição da Justiça em todos os aspectos, para, inclusive, demonstrar que sua conduta sempre foi pautada na ética, na retidão e na probidade. Não houve qualquer decisão condenatória”.