A eleição para o comando do PT no Tocantins já tem data marcada: será no dia 6 de julho, dentro do Processo de Eleição Direta (PED), como acontece em todo o país. O processo teve ajustes recentes, o Diretório Nacional do partido prorrogou os prazos: chapas municipais e zonais podem ser registradas até 2 de maio, e as estaduais, até o dia 9 de maio.

Enquanto o prazo não fecha, as articulações seguem firmes nos bastidores. Um dos nomes que encabeçam a disputa é o professor e advogado Nile William Fernandes Hamdy, de 36 anos, que lidera a chapa “O PT Tocantins Feliz de Novo”. Com filiação que remonta a 2001, ainda na adolescência, acompanhando a mãe em reuniões do partido, Nile aposta em um modelo oposto ao que ele chama de “centralismo sem transparência” que estaria marcando a atual gestão, que tem o ex-deputado Zé Roberto (PT) como responsável.

Descentralização

Entre as propostas, a descentralização da estrutura partidária é uma das principais bandeiras. Segundo Nile, o PT precisa estar presente de verdade nos municípios, com organização em macro e microrregionais e com gente atuando com estrutura mínima para isso. “Vamos fazer diferente do que está sendo feito. Coordenadores regionais com estrutura e orçamento participativo para definir para onde vai o dinheiro do partido. Isso é respeito à militância”, pontua.

Ele promete ainda um Portal da Transparência do PT tocantinense, com divulgação de gastos detalhados do fundo partidário. “Cada centavo vai ser divulgado. Chega de caixa-preta”, afirma.

Alianças

Nile não esconde o incômodo com o que chama de subordinação do PT a interesses de outros partidos. “Nosso compromisso é com candidatura própria em 2026. O PT não será linha auxiliar de direita”, reforça. Ele diz que pretende iniciar encontros regionais ainda em 2025 para identificar as principais demandas do Tocantins e construir um programa de governo com foco em combate à fome, emprego e renda.

Comunicação

Outro ponto em que Nile promete mexer é na comunicação interna. “Hoje, não existe política de comunicação no PT. Vamos criar uma agência exclusiva do partido, dar visibilidade à militância, às lutas, às lideranças locais”, reforça. O professor também critica o que chama de “intervenções desrespeitosas” nos diretórios municipais. “Vai acabar essa história de o PT municipal fechar com um grupo e o presidente estadual subir no palanque do outro. O PT vai voltar a ter o rosto de todos”, enfatiza.

Candidatos

A disputa pela gestão do Partido dos Trabalhadores no estado conta publicamente com mais três candidatos, Diego Montelo Faria, Jozafá Maciel e Itamar Bandeira, que também serão entrevistados pela reportagem.