PF faz buscas em endereços ligados ao prefeito de Palmas em operação sobre suposto esquema de vazamento de informações

30 maio 2025 às 08h35

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Atualizada às 17h52.
Na manhã desta sexta-feira, 30, a Polícia Federal realizou novas buscas em três endereços de investigados em Palmas, dentro da operação Sisamnes, que apura um esquema de vazamento de informações sigilosas. Segundo informações, a residência do prefeito da Capital, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), seria um dos alvos de busca e apreensão, além da prefeitura de Palmas.
A operação chegou a sua nona fase e foi autorizada pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e já havia identificado irregularidades no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em março, uma fase anterior no Tocantins resultou na prisão do advogado Thiago Marcos Barbosa, sobrinho do governador Wanderlei Barbosa. Na ocasião, o procurador de Justiça Ricardo Vicente da Silva também foi alvo de busca.
O presídio onde está Thiago Barbosa de Carvalho, sobrinho do governador do estado, Wanderlei Barbosa (Republicanos), que não é alvo da operação, também foi um dos locais de busca e apreensão, de acordo com a defesa de Thiago, ouvida pela reportagem do Jornal Opção Tocantins.
O advogado Luiz Francisco relatou não saber o teor da denúncia que levou os agentes até o presídio, mas esteve no local na manhã desta sexta-feira e conversou com um dos delegados da PF. Para o advogado, possíveis privilégios a Thiago não condizem com a atual situação do seu cliente na unidade penal.
Ele alega que Thiago recebe o mesmo tratamento que os demais presos, inclusive, andava com mãos e pés algemados dentro da unidade penal, o que foi pedido ao SFT para ser revertido. O defensor ainda aponta que até visitas familiares estavam demorando cerca de 15 dias para serem realizadas. O que o advogado pontua ainda é o cargo que Thiago ocupava de assessor do MPTO, o que, dentro de um presídio, o coloca em situação de alvo dos outros presos.
O que diz o prefeito
Primeiramente, o prefeito Eduardo Siqueira Campos esclarece que a busca e apreensão de que foi alvo, nesta sexta-feira, 30, não tem qualquer relação com atos da sua gestão à frente da Prefeitura de Palmas, tampouco com seus mandatos anteriores.
A Operação Sisamnes investiga o vazamento de informações sigilosas de demais Operações Judiciais, que envolvem terceiros.
Eduardo Siqueira Campos esclarece que não é alvo das investigações que tiveram informações vazadas e que não mantém fontes privilegiadas em tribunais ou em qualquer outra instância do Poder Judiciário.
Os diálogos divulgados pela imprensa são parte de conversas informais com Thiago Marcos Barbosa, que o procurou buscando orientações e a indicação de um advogado para constituir defesa no processo em que responde.
O prefeito Eduardo Siqueira Campos afirma que ter indicado um advogado para Thiago, por si só, não configura qualquer tipo de vazamento de informação privilegiada e nem representa conduta contrária à legislação vigente. Além disso, esclarece ter conversado sobre informações (que supostamente haviam sido vazadas), e que este fato não pode imputar à Eduardo a autoria ou responsabilidade pelo vazamento das mesmas. Depois de vazadas, certas informações ganham o mundo e viram alvo de comentários de todo o meio político.
O Prefeito de Palmas coloca-se à disposição para quaisquer demais esclarecimentos e aguarda que os verdadeiros responsáveis por vazamento de informações sigilosas e tentativas de obstrução de justiça, caso tenham ocorrido, sejam responsavelmente investigados, descobertos e revelados.