Araguaína: direita dividida na capital econômica do Estado

Em Araguaína temos a divisão entre Wagner Rodrigues (UB)  e Jorge Frederico (Repu), ambos alinhados com a direita. Célio Moura (PT) é o terceiro na disputa pelo poder executivo municipal. Frederico tem a chancela do governador Wanderlei Barbosa (Repu), mas Wagner tenta a reeleição e tem bons índices de aprovação na capital econômica do Tocantins, o que lhe rendeu até uma menção honrosa durante a convenção do MDB, que alçou Alexandre Guimarães como presidente estadual da sigla. 

Outrossim, Wagner confirmou que em sua convenção, que está marcada para o dia 1º de agosto, que vai ter o apoio de sete partidos: UB, Podemos, MDB, PSDB, PRD e PSD.

Guimarães, presidente estadual do MDB é um nome de destaque no cenário tocantinense e elogiou Wagner, dizendo que ele era o prefeito que estava fazendo a melhor gestão no Tocantins, gerando inclusive uma saia justa com Celso Morais, prefeito de Paraíso e pré-candidato à reeleição que é do mesmo partido de Guimarães. No tópico abaixo explicaremos melhor.

Paraíso do Tocantins: principal nome da disputa é persona non grata dentro do próprio partido

Celso Morais (MDB), apesar de contar com uma boa aprovação na cidade e estar à frente nas pesquisas eleitorais, acabou perdendo prestígio dentro do partido. Isso se deve em parte a seu rompimento com seu padrinho político e antecessor, Moisés Avelino (MDB). O político histórico do estado, que foi o segundo governador do Tocantins e prefeito por dois mandatos consecutivos em Paraíso, antes de “ungir” seu sucessor, o até então vice-prefeito, Celso Morais. Esse rompimento com Avelino foi um dos motivos para ele ter sido preterido na convenção do MDB

A união para derrotar Celso nas urnas foi encabeçada pelo pré-candidato Osires Damaso e o deputado estadual Nilton Franco, ambos do Republicanos. Basta lembrar da inauguração da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) em que o deputado estadual sugeriu que Celso não teria usado os recursos que ele destinou para a construção do estádio da cidade. Apesar do apoio da “velha guarda”, Damaso ainda não chega a assustar Morais, que já afirmou em mais de uma oportunidade que seu adversário estava mais próximo de Palmas por conta de sua atividade parlamentar. O ativo mais importante de Damaso é o apoio do governador Wanderlei Barbosa.

Gurupi: na capital da amizade, simpatia do governador pode ser decisiva

Em Gurupi, a disputa está entre Eduardo Fortes (PSD) e Josi Nunes (UB), com Cristiano Pisoni (PSDB) em terceiro colocado. O que pode definir essa disputa é o apoio ainda não confirmado de Wanderlei Barbosa: apesar de inclinado a apoiar Eduardo Fortes, até pela indicação do irmão do vice de Barbosa, Laurez Moreira (PDT) como pré-candidato à vice-prefeito, mas o apoio não veio ainda por causa de seu partido. O PSD que é presidido no Tocantins pelo desafeto do governador, o senador Irajá Abreu. 

Apesar disso, o apoio à atual gestão de Josi Nunes tem sido descartado. O mais seguro é que, se Wanderlei não passar por cima de suas diferenças com Irajá, deva apoiar Pisoni. 

Miracema:  a disputa pelo vice

A recente retirada do deputado estadual (licenciado) Ivory de Lira (PCdoB) criou uma situação sui generis na cidade, onde as disputas parecem ser sobre quem será o vice da atual prefeita e pré-candidata à reeleição Camila Fernandes (Repu), que já está praticamente eleita depois que Ivory deixou a corrida, em razão de problemas de saúde

Agora a disputa que se trava no cenário miracemense é com relação ao vice de Camila. A “disputa” pela vice-prefeitura está entre o superintendente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faet), Fred Sodré (PSDB) e a professora Vânia Passos (UB). 

Fato é que o Palácio ficou aliviado com essa desistência, assim, Wanderlei não precisa esconder seu apoio à candidatura de Camila, nem se preocupar com seu aliado de primeira hora na Assembleia Legislativa. 

Centenário: união inusitada

Em Centenário, cidade com pouco mais de dois mil habitantes, uma aliança inusitada vem tomando as redes sociais: o pré-candidato à reeleição Focilides Carvalho (Repu) está em uma aliança municipal que conta com PT e PL. A insólita união entre os dois partidos pode garantir a reeleição de Focilides, já que, além de fazer parte do partido do governador, que teve 57,60%, Lula teve em Centenário 64,55% dos votos. A união, apesar de parecer contraditória à primeira vista, é eleitoralmente inteligente. 

Focilides Carvalho (à esquerda) ao lado do vereador Manoel Galvão, pré-candidato a vice-prefeito Foto: Ascom Focilides)

Mas cabe lembrar que apoio de partido não vence eleição, sobretudo as de prefeito, que são personalíssimas. Do lado da oposição, o candidato Wesley da Silva Lima (UB), que já foi prefeito, é um oponente à altura. Moradores saudosistas dizem que a cidade era mais bem administrada durante a sua gestão, apesar de ter tido o cargo cassado. 

Uma curiosidade sobre Centenário é que a cidade perdeu 16,95% de sua população. Saindo de 2.936 em 2010 para 2.131 no último censo de 2022 e segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), até junho a cidade tinha 2.006 eleitores aptos para voltarem.