A volta de Tiago Dimas (Podemos) à Câmara dos Deputados agora é questão de tempo. Com o acórdão do Supremo Tribunal Federal (STF) publicado no dia 14 de maio, cabe ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) notificar os Tribunais Regionais para retotalização dos votos das eleições de 2022, o que deve mudar a composição da bancada tocantinense. Com a decisão, Dimas, que teve 42.970 votos, reassume a vaga hoje ocupada por Lázaro Botelho (Progressistas), eleito com 13.688 votos.

“Isso nunca foi pessoal, é apenas uma questão de respeito à legalidade e à vontade popular”, afirma Dimas. “Agora é esperar que a Justiça Eleitoral cumpra com a decisão do STF e marque a posse”, completa.

Além do retorno ao Congresso, Dimas, presidente estadual do Podemos no Tocantins, também terá pela frente um outro desafio político: a fusão entre sua sigla e o PSDB, que está em curso em nível nacional e pode ter efeitos no cenário estadual.

“Todo crescimento partidário é válido, mas precisa ser construído com diálogo e respeito às realidades locais”, diz o ex-parlamentar. Ele lembra que o Podemos já absorveu o PHS e o PSC em fusões anteriores e agora se prepara para essa nova etapa sob a liderança de Renata Abreu (Podemos-SP). “Estamos prontos para essa nova fase, inclusive com figuras de peso como o nosso prefeito Eduardo Siqueira Campos”, diz.

Palmas no centro do impasse

A fusão, no entanto, traz um ingrediente ser administrado em uma equação local. No Tocantins, o PSDB é comandado pela ex-prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, enquanto o principal nome do Podemos no estado hoje é justamente o atual prefeito da Capital, Eduardo Siqueira Campos. Eduardo assumiu a cidade em janeiro de 2025 herdando uma gestão, segundo ele próprio afirma, com problemas estruturais e de transparência deixados por Cinthia. O distanciamento político entre os dois é visível, e ainda não se sabe como isso será administrado numa eventual fusão das siglas.

Tiago Dimas tenta adotar um tom diplomático. “A fusão nacional vai exigir maturidade de todos. Vamos discutir com responsabilidade e sempre respeitando a história dos líderes locais. O foco é fortalecer o partido para 2026”, explica.

Protagonismo e cenário eleitoral

A volta à Câmara recoloca Dimas no tabuleiro político de 2026, mas questionado se pretende disputar novamente o mandato nas próximas eleições, ele desconversa. “Tenho 36 anos, muita vontade de colaborar, mas cada coisa no seu tempo. Agora o foco é cumprir essa nova missão que nos foi dada com responsabilidade e trabalho”, ressalta.

Enquanto isso, o Podemos segue tentando se reposicionar como uma legenda forte e de protagonismo no estado. A possível fusão com o PSDB pode trazer musculatura, mas também vai exigir jogo de cintura para equilibrar egos, passados e palanques, especialmente em Palmas.