Uma enfermeira ajuizou ação cível em Porto Nacional pedindo a rescisão do contrato, a reintegração imediata da posse de um imóvel e indenização por danos materiais e morais, após vender sua casa por R$ 1.697.000,00 à influenciadora Ana Paula Cerqueira Carvalho, atualmente alvo de investigação criminal por suposta divulgação de jogos de azar e lavagem de dinheiro.

O processo cível tramita na 2ª Vara Cível de Porto Nacional e segundo a petição inicial (processo nº 0008034-97.2025.8.27.2737/TO, ajuizada em 25 de setembro de 2025), a venda foi celebrada em 26 de maio de 2025. A profissional de saúde afirma ter recebido R$ 390 mil em espécie e, como parte do pagamento, um imóvel em dação (é quando uma pessoa paga uma dívida entregando um bem – como um imóvel, carro ou terreno – em vez de dinheiro). Avaliado em R$ 1.032.000,00. Restaria um saldo de R$ 275 mil, que a autora alega não ter sido quitado.

Ao tentar registrar a escritura do imóvel recebido em dação, a enfermeira diz que foi surpreendida com bloqueio judicial na matrícula do bem, decorrente de investigação criminal que envolve Ana Paula. Em seguida, a Polícia Civil cumpriu mandado de busca no imóvel. A autora pede tutela de urgência, além de relatar constrangimento, abalo emocional (está grávida) e perda de oportunidade de venda, alegando lucro cessante de R$ 200 mil.

Na petição, a autora pede, entre outros pedidos:

  • Rescisão contratual da compra e venda;
  • Reintegração de posse do imóvel localizado no Residencial Porto Leman;
  • Indenização por danos materiais no valor de R$ 200.000,00;
  • Indenização por danos morais no valor de R$ 300.000,00;
  • Concessão de tutela de urgência inaudita altera pars para desocupação imediata;
  • Benefício da justiça gratuita.
    A autora atribui à ré má-fé por ter oferecido um bem com vício de origem e por dificultar a transferência da documentação.

Investigação criminal

Separadamente, a influenciadora Ana Paula foi presa em 4 de outubro de 2025 sob suspeita de promover plataformas ilegais de apostas e de ocultar patrimônio. Segundo a Polícia Civil, as apurações começaram em 2024 e, em setembro de 2025, foram cumpridos mandados de busca em Porto Nacional e Brejinho de Nazaré.

A Justiça autorizou o bloqueio de bens de até R$ 9,5 milhões relacionados aos investigados. Em audiência de custódia, a prisão preventiva de Ana Paula acabou convertida em prisão domiciliar, em razão de ela ser mãe de filhos menores, medida registrada pela defesa.

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