Finalizando a janela partidária eleitoral, as movimentações estão muito mais do que intensas. Nos bastidores, as mais variadas articulações e, até mesmo, “fogo amigo” de dirigentes de partidos coligados, acabam por cooptar pré-candidatos de siglas consideradas “aliadas”.

A movimentação do PDT, capitaneado pelo vice-governador Laurez Moreira, vem recebendo fichas e mais fichas de filiação. Certamente será o partido que mais crescerá percentualmente no Estado, após o fechamento da janela. Já o Republicanos, cujo dirigente estadual é o governador Wanderlei Barbosa, também está inflado, após a chegada de novos filiados. O mesmo ocorre com o União Brasil (UB), presidido pela senadora Prof. Dorinha, auxiliada pelo deputado federal Carlos Gaguim, como também com o PL, atualmente nas mãos do senador Eduardo Gomes. O deputado federal, Vicentinho JR, é o líder do PP (Progressistas) e também conseguiu grandes avanços nesta tarefa de arregimentar novos líderes e filiá-los.

Pré-candidata liberal deverá ter maior números de partidos na base

Nos quadros do PL desde 2020, a deputada estadual Janad Valcari é um nome de peso na disputa pela Prefeitura de Palmas. Em que pese haver burburinhos que os adversários estão prontos para impugnar a candidatura assim que ela for registrada – em razão de investigações em trâmite no TCE – a parlamentar liberal lidera as pesquisas pré-eleitorais até então divulgadas. Também é fato que candidata já fez sobrepor a força do seu poder econômico. Por esse e ainda por vários outros motivos, é certo que farão parte do seu palanque, o PL naturalmente, o UB, o PP e o MDB. Frisa-se que a negociação com o Solidariedade (SD) ainda não está sacramentada.

Por outro lado, o PDT e o REPU merecem articulações à parte e poderão – ou não(!) – compor a chapa da candidata da extrema direita.

Sobraram alguns nanicos para comporem com as chapas dos outros candidatos, nestas circunstâncias. Carlos Amastha (PSB) dificilmente se coligará com outra sigla, assim como Ataídes Oliveira (NOVO). Já Eduardo Siqueira Campos (Podemos) tem tentado angariar apoios, mas também ainda não divulgou nada de concreto. Seu partido ainda está preocupado demais em tirar – definitivamente – o pré-candidato Prof. Junior Geo (sem partido) do páreo. O presidente Tiago Dimas já avisou que vai recorrer ao TSE da decisão regional que liberou Geo para se filiar em outra sigla.

A quem interessa desidratar a candidatura do Prof. Junior Geo?

Mas porque será que o candidato Prof. Junior Geo incomoda tanto o Podemos? Trata-se de uma “birra” pessoal ou é melhor impedir a candidatura dele de forma tal que seus votos sejam divididos entre todos os concorrentes? Sim, porque o Podemos não tem, certamente, a ilusão que os eleitores de Geo são os mesmos de Eduardo, culminando com essa natural transferência. Aliás, os perfis dos eleitores de ambos são completamente antagônicos.

Efeito Junior Geo na disputa, em igualdade de condições, muda o cenário

Entre os partidos com capilaridade e representatividade, um deles ainda não definiu candidato ou quem apoia: o PSDB, presidido pela prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro. Não sobraram muitas alternativas para quem não quer e não pode ficar fora do processo eleitoral. Apoiar Amastha seria um contrassenso. Rasgaria o discurso de 2020, como também, desagradaria seus maiores aliados: os servidores públicos municipais. Já as relações com Ataídes Oliveira são péssimas. A discórdia sobre o comando do PSDB chegou até os tribunais e ambos “não se bicam”. No que concerne a Eduardo Siqueira, também não há possibilidade de eventuais aproximações. Ao contrário: o pré-candidato critica a gestão todas as vezes que tem oportunidade. Por fim, sendo Janad sua declarada arquirrival na política, as chances de composição também são inexistentes. Sobrou quem, por exclusão? O deputado estadual, Prof. Junior Geo, logicamente! A ativa participação dele na reunião que recebeu o presidente nacional da sigla, Marconi Perillo, há poucos dias em Palmas, dá pistas. Ele deve se filiar até sábado, 06, ao partido da prefeita ou outro da base de sustentação dela e disputar a eleição com o apoio desse grupo.

O efeito Junior Geo, entrando definitivamente na disputa e fortalecido pelas bases de um partido robusto que, inclusive, administra a capital atualmente, o colocará no páreo. E mais: com grandes chances de ganhar, ainda mais, musculatura política. Em suma, a verdade é a prefeita não tem outra alternativa para a disputa, o que também ocorre com o próprio Geo, uma vez que acabaram-se as siglas disponíveis para entrar nessa guerra, sutilmente apelidada de eleição.