Ainda no final de 2023, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante palestra em evento do banco BTG Pactual, disse que dados preliminares sobre o desempenho da economia demostravam que o crescimento poderia surpreender positivamente em 2024. Ele destacou, à época, que os indicadores mostravam que o setor de serviços deveria continuar puxando a atividade econômica no país.

O gestor do BC acertou em suas previsões. Divulgados os resultados referentes a 2023, o crescimento de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) colocou o Brasil de volta na lista das 10 maiores economias do mundo. Agora, o país ocupa a 9ª colocação, com PIB de US$ 2,17 trilhões. Essa alavancagem deixou o país à frente do Canadá, Rússia, Coreia do Sul e Austrália.

Os dados nacionais colocam o Tocantins no topo

Já a divulgação do crescimento por Estados, surpreende. O caçula da federação, o Tocantins, cresceu três vezes mais que a média nacional, juntamente com o Estado de Mato Grosso, o líder do ranking com 10,3%. Os números e gráficos mostram que o Tocantins avançou 10,1%, superando os números de Entes federados, cujas economias já estão consolidadas. Naturalmente, dentre os Estados da região norte, foi de longe, o que mais cresceu. Rondônia, que ocupa a segunda colocação, apresentou crescimento de 5,1%, enquanto o pior foi o Amapá, com 2%.

O governador Wanderlei Barbosa (REPU), através da rede social X, comemorou a divulgação dos percentuais: “Que notícia maravilhosa! Com um crescimento econômico de 10,1%, nosso Tocantins está no caminho certo, graças às ações do nosso Governo. Orgulho de fazer parte desse progresso!”.
Os números são mesmo surpreendentes e a comemoração é justa. O crescimento está atrelado a produção agrícola e pecuária, além de serviços, mas também, à atuação governamental.

Governador Wanderlei Barbosa | Foto: Governo do Tocantins

A Secretaria da Fazenda do Tocantins noticiou na quinta, 21, que nos dois primeiros meses de 2024, o Estado do Tocantins registrou um avanço de 29,28% em sua receita tributária, em comparação com o mesmo período de 2023. Esta informação foi divulgada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e o estudo foi elaborado para acompanhar o desempenho das arrecadações nos estados do País. Nestas circunstâncias, resta claro que o ritmo de crescimento está sendo mantido.

Ainda há muito para ser feito no Tocantins, não há dúvidas. Muitas estradas, pontes, entre outros avanços, precisam ser construídos ou finalizados. O Estado se localiza no centro geodésico do Brasil e a exploração desta logística podem render bons frutos. A produção agrícola do Mato Grosso, por exemplo, ao invés de ser transportada para o Porto de Santos (SP), poderia ser escoada pela Ferrovia Norte-sul para o Porto de Itaqui (MA), através do pátio multimodal de Gurupi, caso houvesse uma travessia sobre o rio Araguaia na região de Formoso, uma extensão da BR-242. Seria, sem dúvidas, um incremento na arrecadação de impostos, como também, geração de inúmeros empregos e renda. Esse é apenas um exemplo. O Tocantins tem outras potencialidades inexploradas.

Enfim, a notícia do crescimento em 2023 merece comemoração. É fato que muito já foi feito desde 1988, quando o Estado foi criado pela promulgação da Constituição Federal. Todavia, o potencial turístico e mineral desta região é tão imensurável que é plenamente possível crer que o percentual, ora divulgado, pode ser triplicado. O governo estadual já mostrou determinismo neste aspecto. Mas falta agregar outras forças, como a vontade política das bancadas estadual e federal, como também, convencer a iniciativa privada que os investimentos são viáveis.